Sábado, 23 de novembro de 2024 Login
A fisioterapia trabalha para tentar preservar a autonomia, utilizando-se de técnicas para fortalecimento muscular, alongamentos, consciência corporal, coordenação motora etc.
Foto: Divulgação
A doença de Alzheimer, causada por uma degeneração progressiva dos neurônios, é conhecida por sintomas como: perda de memória, dificuldade de orientação no tempo e no espaço, limitação na capacidade de desenvolver pensamentos abstratos ou de aprender novos conceitos, déficits de linguagem e comunicação.
Mas não é só a cognição que sofre com a mais comum das demências. Em homenagem ao Fevereiro Roxo, o mês de conscientização dessa enfermidade, este artigo traz outras possíveis consequências do Alzheimer — e como a fisioterapia pode amenizá-las. Essa doença se apresenta basicamente em quatro fases:
Inicial: caracteriza-se pela perda de memória, confusão e desorientação, ansiedade, agitação, ilusão, desconfiança, alteração de personalidade e do senso crítico. Começam a surgir dificuldades de realizar as atividades de vida diária (tomar banho, cozinhar, telefonar etc.)
Intermediária: os pacientes sofrem para reconhecer familiares, amigos e ambientes conhecidos. Há possibilidade de alucinações, perda de apetite e de peso, incontinência urinária, dificuldades na comunicação, movimentos e falas repetitivas, problemas com sono. A necessidade de apoio para atividades rotineiras aumenta.
Final: aqui, a dependência total já está estabelecida. A imobilidade é crescente, com tendência a assumir a posição de proteção (fetal). Os pacientes tendem a emudecer e ficarem restritos à poltrona ou ao leito, o que favorece úlceras de pressão (escaras).
Terminal: agravamentos dos sintomas da fase final, infecções de repetição, disfagia (necessidade de alimentação enteral).
E onde entra a fisioterapia?
Nas fases inicial e intermediária, a perda de massa muscular e as alterações de postura e coordenação motora geram maior dependência nas atividades de vida diária. A fisioterapia trabalha nesse momento justamente para tentar preservar a autonomia, utilizando-se de técnicas para fortalecimento muscular, alongamentos, consciência corporal, coordenação motora, além de trazer o bem-estar psicológico ao proporcionar uma melhor qualidade de vida.
Com a progressão da doença, o paciente pode ficar restrito ao leito. Aqui, a fisioterapia intervém através de cuidados paliativos de suma importância. O tempo prolongado na cama e a perda de mobilidade são fatores que levam ao surgimento das escaras de pressão. Mas há técnicas para estimular a cicatrização.
Outro problema nessa fase é o alto índice de problemas respiratórios como pneumonia, pneumonia aspirativa etc. Na fisioterapia, as técnicas para higiene brônquica, aumento da capacidade ventilatória e outras são muito benéficas.
Quantas sessões têm que ser feitas?
Não há como prever cada caso. Porém, é comum se aconselhar de duas a três sessões por semana com o fisioterapeuta, além de exercícios diários. Se não há condições financeiras para custear o acompanhamento mais próximo, pode-se contratar um profissional para uma avaliação e evolução a cada três meses. Nesse cenário, o fisioterapeuta vai orientar os familiares e cuidadores sobre quais exercícios fazer e quais cuidados adotar.
É importante entender que cada paciente é único. Reconhecer as limitações fisiológicas da idade e da doença são fundamentais para atingir o resultado adequado. A prevenção ainda é o melhor dos remédios.
Foram comprovados em estudos que hábitos saudáveis afastam o Alzheimer. Pessoas que adotam uma dieta equilibrada, não abusam de álcool (duas doses diárias para homens e uma para mulheres), evitam o cigarro, praticam atividades físicas e mantêm estímulos cognitivos (leitura, escrita, aprendizagem etc.) apresentam uma redução de quase 60% no risco de desenvolver a doença.
E atenção: esquecer onde colocou a carteira ou a chave do carro não quer dizer que você esteja com Alzheimer. A perda de memória pode ser causada por uma infinidade de fatores (medicamentos, depressão, distração, uso de álcool, estresse).
Fonte: Veja Saúde