Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 Login
Na primeira etapa de testes, que deve iniciar ainda este mês, serão avaliadas a segurança e as respostas imunológicas em crianças e adolescentes de seis a 17 anos
Foto: Divulgação
A vacina contra a Covid-19 conhecida como vacina de Oxford, desenvolvida pela farmacêutica britânica AstraZeneca e a Universidade de Oxford, será testada em crianças a partir dos seis anos de idade. Essa é a primeira vez que os pesquisadores realizarão testes da vacina nesta faixa etária.
Nesta primeira etapa de testes, serão avaliadas a segurança e as respostas imunológicas em crianças e adolescentes de seis a 17 anos. O ensaio será randomizado, com a escolha aleatória de quais voluntários irão receber a vacina da Covid-19 e quais receberão uma vacina contra a meningite, que tem efeitos colaterais similares, como dor no braço.
Deverão se inscrever 300 participantes, sendo que 240 receberão a vacina. As primeiras vacinações do ensaio clínico acontecerão ainda neste mês.
Vacina de Oxford
A vacina de Oxford/ AstraZeneca é uma das três aprovadas para o uso em adultos no Reino Unido, as outras duas são da Pfizer/BioNTech e Moderna.
Andrew Pollard, pesquisador-chefe dos testes de vacina da universidade, disse acreditar que este é um passo importante em todo o processo do desenvolvimento da vacina contra a Covid-19.
“Embora a maioria das crianças não seja relativamente afetada e adoeça pelo novo coronavírus, é importante estabelecer a segurança e a resposta imunológica à vacina em crianças e jovens”, disse o pesquisador-chefe em entrevista para a Agência Reuters.
O pediatra e cientista no Grupo de Vacinas de Oxford, Rinn Song afirmou também em entrevista para a Agência Reuters que, apesar da resistência das crianças e jovens ao novo coronavírus, eles também foram afetados no último ano de pandemia, devido ao impacto negativo profundo na educação, no desenvolvimento social e no bem-estar emocional. “É importante coletar dados sobre a segurança e de resposta imune também nessas faixas etárias, para que elas possam se beneficiar no futuro”.
Benefícios da vacina Oxford/AstraZeneca
A vacina Oxford/AstraZeneca com duas doses foi elogiada pelos especialistas porque é mais barata e mais fácil de distribuir do que as demais vacinas.
Novos dados de Oxford no início deste mês também ofereceram a primeira evidência de que a sua imunização pode não apenas evitar que as pessoas adoeçam com Covid-19, mas pode também ajudar a reduzir substancialmente a sua disseminação na comunidade.
O Reino Unido aprovou o uso emergencial da vacina Oxford/AstraZeneca no final de dezembro. Atualmente, ela não está sendo usada nos Estados Unidos, mas foi implementada em países da Europa e em outros lugares. A meta da farmacêutica é produzir 3 bilhões de doses este ano e mais de 200 milhões de doses por mês até abril.
Produção da vacina no Brasil
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a instituição deve entregar 2,8 milhões de doses ao Ministério da Saúde da vacina Oxford/AstraZeneca até o dia 19 de março e outros 14 milhões até o final do mesmo mês.
No final de março, a escala de produção da vacina em Bio-Manguinhos deve aumentar de 700 mil doses por dia para 1,3 milhão de doses por dia, o que permitirá entregas maiores. De acordo com o planejamento, 27 milhões de doses serão entregues em abril, 28 milhões em maio e 28 milhões em junho. As 2,4 milhões de doses que completam o compromisso de 100,4 milhões devem ser entregues somente em julho.
Está previsto que no segundo semestre Bio-Manguinhos vai nacionalizar a produção do insumo a partir de um processo de transferência de tecnologia. Após a nacionalização do insumo farmacêutico ativo (IFA), a Fiocruz prevê produzir mais 110 milhões de doses até o fim de 2021, chegando a um total de mais de 210,4 milhões de doses, o que faz da vacina Oxford/AstraZeneca a que tem mais doses programadas para serem aplicadas na população brasileira até o momento.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Autora: Úrsula Neves
Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá (UNESA), pós-graduada em Comunicação com o Mercado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e em Gestão Estratégica da Comunicação pelo Instituto de Gestão e Comunicação (IGEC/FACHA)
Referências bibliográficas:
COMUNICAÇÃO PARA A SAÚDE
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