Sexta-feira, 22 de novembro de 2024 Login
Segundo a agência americana, as evidências científicas disponíveis apontam que os potenciais benefícios superam os riscos
Foto: Divulgação
A Food and Drug Administration (FDA) autorizou esta semana, no dia 23, em caráter emergencial, o uso de plasma convalescente experimental para tratamento da Covid-19 em pacientes graves. Segundo a agência americana, as evidências científicas disponíveis apontam que essa terapia pode ser eficaz e que os potenciais benefícios superam os riscos conhecidos atualmente.
Ensaios clínicos ainda estão em andamento para entender a real eficácia desse tipo de tratamento na infecção por SARS-CoV-2.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) orienta que o plasma convalescente deve ser utilizado apenas em ambientes controlados de pesquisas clínicas. Estudos estão sendo desenvolvidos também em território nacional.
Plasma convalescente para Covid-19
O uso do plasma convalescente foi autorizado nos Estados Unidos para tratar pacientes hospitalizados com suspeita ou confirmação de Covid-19. Segundo a FDA, é razoável acreditar que a terapia seja eficaz em diminuir a gravidade ou encurtar a duração da infecção em alguns pacientes.
De acordo com o Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA, a partir das evidências disponíveis os critérios para liberação do tratamento em caráter emergencial foram atendidos. O governo do país disse que fichas técnicas com informações importantes sobre essa terapia serão disponibilizadas para profissionais de saúde e pacientes.
Estudos divulgados
Estudos recentes, que já divulgamos aqui no Portal PEBMED, demonstraram bons resultados no uso do plasma convalescente nas primeiras 72 horas depois do diagnóstico, em relação ao prognóstico. A mortalidade nos pacientes que receberam o plasma depois do quarto dia foi de 12 para cada 100, enquanto naqueles que receberam de forma precoce (até três dias), foi de nove para cada 100.
Um dos estudos foi publicado recentemente na American Journal of Pathology, baseada na experiência de médicos do Houston Methodist, o primeiro centro médico acadêmico dos Estados Unidos a infundir pacientes com Covid-19 em estado crítico com plasma doado de pacientes recuperados. São resultados preliminares das transfusões de plasma em 316 pacientes infectados entre março e julho.
O segundo, da clínica Mayo, foram analisados dados de 35.322 pacientes que receberam transfusões em 2,8 mil centros de tratamento intensivo nos Estados Unidos e seus territórios. No geral, a taxa de mortalidade entre os pacientes que receberam plasma foi de 13%, em comparação com 25% entre os pacientes que receberam tratamentos padrão.
Uma revisão recente, publicada na Cochrane, porém, acredita que ainda há dados muito limitados sobre efeitos colaterais dessa terapia. Sobre a segurança, a certeza ainda é muito baixa. Existem 98 estudos em andamento avaliando plasma convalescente e imunoglobulina hiperimune, dos quais 50 são ensaios clínicos ramdomizados, e o no momento é necessário esperar por novos resultados.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
COMUNICAÇÃO PARA A SAÚDE
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