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O setor de serviços de saúde movimentou R$ 684 milhões somente na região de Umuarama, no ano de 2018. A estimativa é que em 2019 esse número seja ainda maior. Os postos de trabalho do setor na região cresceram 29,43% em relação a 2014 e 6% em relação a 2017. O salário médio dos profissionais de saúde cresceu 29,68%, mas ainda está abaixo da média paranaense.
Os dados são da pesquisa ‘Perfil do setor da saúde: microrregião de Umuarama – Paraná’ realizada pelo Sebrae em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e Prefeitura de Umuarama, Associação Médica de Umuarama, Instituto Nossa Senhora Aparecida, Sicredi, Unimed, Laboratório Reunidos, divulgada na última semana, no seminário MEETUP Negócios - Saúde Arenito Caiuá.
De acordo com o relatório apresentado na noite de quinta-feira (26), para representantes das instituições parceiras da pesquisa, médicos e autoridades, o setor da saúde da microrregião de Umuarama tem mostrado resultados que consolidam o segmento como um dos mais promissores para o desenvolvimento territorial.
Para a coordenadora da pesquisa, a consultora do Sebrae Jane Panaro Queiroz, Umuarama é uma referência no setor da saúde. “Com a pesquisa podemos mensurar o tamanho e importância deste setor para desenvolvimento econômico da região e também fornecer aos atores do ecossistema da saúde subsídios de informações para melhorar o ambiente dos negócios para as empresas e os pacientes que circulam em nosso município”, disse.
Somente em salários, o setor injetou R$ 83.468.388,00 na economia regional no último ano. São quase 4.500 profissionais, atuando em 802 estabelecimentos, entre hospitais, clínicas médicas, odontológicas, laboratórios de análises clínicas, centros de diagnóstico por imagem, além de serviços de fisioterapia, nutrição, psicologia, entre outros.
“O segmento é o que melhor converge esforços da tríplice hélice da inovação: os recursos públicos estimulam a demanda por meio da melhoria da infraestrutura e da educação da população”, destacou o consultor de inovação, André Luiz Turetta, que apresentou os resultados.
A pesquisa transcorreu de 09/08/19 a 15/11/19 e entrevistou 40 atores de grande relevância para a microrregião de Umuarama, dentre esses: gestores de hospitais, empreendedores de clínicas de especialidades, laboratórios de análises clínicas, representantes de instituições de classe, acadêmicos e colaboradores da rede pública de saúde.
De iniciativa inédita, o objetivo do estudo foi evidenciar a dinâmica do setor da saúde da microrregião de Umuarama-PR, que compreende 21 municípios do noroeste do Estado, cuja população somada é de 276.371 mil habitantes, segundo o IBGE. “Nesse sentido, foram levantados dados abertos de órgãos públicos e dados primários coletados diretamente com os atores participantes das entrevistas, entre os anos de 2014 e 2018”, disse o pesquisador.
O número de leitos passou de 777 – somando SUS e particular – para 968, um crescimento de 24,5%. A região é a segunda colocada no número de internações, num comparativo com as 39 microrregiões do Paraná. As internações passaram de 249.615 em 2014 para 533.413 em 2018, aumento de 114,05% no período.
A região é a oitava colocada no número de Unidades Móveis. Seis unidades móveis SAMU atuam microrregião, sendo 20 unidades para todo o noroeste. Somente nesse serviço, atuam mais de 400 profissionais capacitados, que realizam mais de 45 mil atendimentos/ano e que tem um orçamento de cerca de R$ 29 milhões de reais/ano.
Um dos pontos de grande relevância da pesquisa é quanto a formação dos profissionais de saúde. Quase 30% dos cursos de nível superior presenciais oferecidos em Umuarama e região são da área de saúde e 33,6% dos cursos de pós-graduação presenciais. Em 2018, formaram-se 275 profissionais dos cursos de saúde presenciais. A criação do primeiro curso de medicina de Umuarama pela Universidade Paranaense, em novembro de 2017, com 110 vagas é apontado como um diferencial na profissionalização do setor na região.
INVESTIMENTOS
Os investimentos foram fundamentais para o crescimento apontado pelos dados. O número de estabelecimentos de saúde cresceu 11,52% entre 2014 e 2018. São 13 hospitais, 158 clínicas de especialidades e 51 laboratórios, entre outros serviços.
O maior volume de investimento foi feito na aquisição de novos equipamentos, construção e ampliação de espaços físicos, bem como na aquisição de insumos.
A pesquisa traçou estimativas para o futuro. Investir em melhorias no atendimento é uma das prioridades dos entrevistados para os próximos três anos. Mais de 48,31% dos entrevistados pretendem ampliar o quadro de colaboradores no próximo ano, o que indica que a empregabilidade no setor continuará em alta.
Um dos problemas a serem superados é a alta dependência da compra no varejo, o que encarece a aquisição de produtos e equipamentos. Atualmente, 76% dos insumos utilizados no setor são adquiridos no varejo, em sua maioria de fornecedores do próprio Estado do Paraná e da região de Umuarama. Apenas 16% das compras são realizadas diretamente na indústria.
“O setor pode se mobilizar para realizar compras conjuntas e aumentar o poder de barganha”, orienta a pesquisa. Nos próximos anos, a tendência é priorizar soluções focadas em resultados. Essa realidade será ainda mais presente em países que destinam uma porcentagem considerável (Alemanha, Canadá, França e Estados Unidos) em gastos com a saúde. Com isso, as iniciativas que visam a prevenção e tratamento, e o reembolso sustentável aos beneficiários e operadoras serão predominantes.
O investimento em tecnologia é uma tendência mundial na saúde e devem ter um aumento na casa dos 30%. Segundo o que prevê o estudo, os investimentos em aplicativos de Inteligência Artificial destinados à saúde irão ultrapassar os US$ 1,7 bi no próximo ano em todo o planeta. É projetado um ganho de produtividade de até 15% a partir de investimentos em tecnologia e a maioria dos estabelecimentos e profissionais de saúde da região estão de olho nesta tendência.
A chamada telehealth, que inclui na telemedicina a parte de telecomunicações no âmbito da saúde, deve movimentar no Brasil nos próximos cinco anos entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões. Paciente terá de autorizar uso do método e atendimento deverá ser gravado. Médicos brasileiros vão poder realizar consultas online, telecirurgias e telediagnóstico, entre outras formas de atendimento à distância, conforme a Resolução nº 2.227/18, do Conselho Federal de Medicina (CFM). O texto estabelece a telemedicina como exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde, podendo ser realizada em tempo real ou offline. “Os profissionais da região estão de olho nessas novas tecnologias”, ressaltou Turetta.
“Só temos a agradecer pela parceria e por este trabalho encabeçado pelo Sebrae, que proporciona um norte para a governança no setor da saúde. Depois de formados, os profissionais terão que gerir seus negócios, o que nem sempre é fácil. O caminho apontado aqui é o da parceria entre atores públicos e privados e do trabalho integrado”, disse o presidente da Associação Médica de Umuarama, o médico Dr. Ronaldo de Souza sobre a pesquisa.
Para ter acesso aos dados completos da pesquisa CLIQUE AQUI.
ROSI RODRIGUES
Jornalista
DRT 10036-PR
COMUNICAÇÃO PARA A SAÚDE
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