Domingo, 24 de novembro de 2024 Login
A pandemia de Covid-19 trouxe ao mundo grandes preocupações, dúvidas, medos e a cada semana a pandemia toma novas direções como um tornado desgovernado destruindo tudo por onde passa. No início, as dúvidas pairavam sobre quando ir ao hospital, drogas a serem utilizadas, necessidades de vagas. Passamos por momentos de “fecha tudo” em alguns países, “não fecha nada” em outros. O mundo científico talvez não tenha produzido tanto, em tão pouco tempo sobre uma única patologia como tem sido o estudo sobre Covid-19. Agora chegamos em novo paradigma: gestantes e lactantes, pertencendo ao grupo de risco, devem receber as vacinas?
Como elas não participaram dos estudos iniciais para testes das vacinas, essa pergunta tinha ficado sem resposta. E ainda hoje temos dúvidas se devemos orientá-las a receber a vacina, em qual trimestre, se a vacina teria algum efeito colateral sobre a mãe, sobre o feto, sobre ambos, ou se haveria risco de anomalias congênitas relacionadas a vacina.
Análise recente
No mês de fevereiro de 2021, 71 mil gestantes foram infectadas e 71 dessas morreram. Apesar de serem do grupo de risco, terem a doença na sua forma mais grave, não foram incluídas nos grupos de estudo para as vacinas. Então, um grupo de dois serviços terciários nos EUA (ambos ligados a Harvard Medical School) publicaram em março de 2021 um trabalho onde fizeram testagem com as vacinas Pfizer/BioNtech e Moderna (Rnam de SARS-COV-2) num grupo de 131 mulheres maiores de 18 a 45 anos, gestantes e lactantes, comparando com mulheres de mesmo perfil em idade reprodutiva não gestantes.
Essas mulheres receberam as 2 doses das vacinas e foram seriados testes imunológicos para perceber a resposta vacinal.
Efeitos colaterais reportados por elas:
As gestantes receberam vacinas desde o primeiro até o terceiro trimestre.
As conclusões mostradas sugerem que a vacinação Covid-19 oferecidas em quaisquer trimestres foram seguras, com poucos efeitos colaterais vacinais, oferecendo imunogenicidade semelhante às não gestantes. Interessante que a resposta imune proporcionada pela vacina foi maior que a imunidade dada pela infecção natural. A transferência de anticorpos para os fetos e recém nascidos se deu tanto através da barreira placentária como pelo leite materno.
Autor(a): João Marcelo Martins Coluna
Médico Ginecologista e Obstetra formado pela Universidade Estadual de Londrina • Mestrado em Fisiopatologia pela Unoeste (Universidade Oeste Paulista) • Docente da Unoeste (Presidente Prudente) – departamento materno infantil • Preceptor Residência Médica Hospital Regional Presidente Prudente – SP • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Regional Presidente Prudente • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Estadual Dr. Odilo Antunes Siqueira (Presidente Prudente – SP) • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Santa Casa de Misericórdia de Adamantina
Plantonista Socorrista Santa Casa de Misericórdia Presidente Prudente • Médico Regulador ambulatorial município de Dracena – SP • Médico Preceptor ambulatorial UNIFADRA (Dracena – SP) • Ginecologista do serviço ambulatorial de Narandiba (SP) • Ginecologista e Obstetra do serviço ambulatorial de Pirapozinho (SP).
Fonte: PEBMED
Foto: Divulgação