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Entre os pacientes que receberam os anticorpos até agora, a taxa de recuperação é acima de 95%

Foto: AEN

Precisa-se de doação de plasma de pacientes que tiveram Covid-19

Publicado em 11/03/2021 às 17:56

Umuarama chega a quase uma centena de mortes em decorrência da Covid-19. A 99ª vítima da doença foi registrada no Boletim diário emitido pela Secretaria Municipal de Saúde nesta quinta-feira (11/03). As unidades hospitalares chegaram a seu limite e desde o início da semana não há mais vagas de UTI disponíveis nos hospitais da cidade. E nas enfermarias a taxa de ocupação subiu para 90% – dos 60 leitos conveniados ao SUS, 54 estavam ocupados até o final desta quinta-feira (11/03).

Além das medidas de prevenção que são amplamente divulgadas, outra ação pode ajudar a minimizar a gravidade da situação e essa ajuda vem dos pacientes que contraíram o coronavírus e se recuperaram: a doação de plasma.

O tratamento com plasma convalescente foi introduzido no protocolo dos pacientes de Covid-19 da Santa Casa de Goioerê e do Hospital Cemil de Umuarama no dia 19 de agosto de 2020. Entre os pacientes que receberam os anticorpos até agora, a taxa de recuperação é acima de 95%. O plasma se mostra um dos tratamentos mais eficazes para combater o vírus e para evitar os quadros mais graves da doença. Mas é preciso que os pacientes se conscientizem da importância dessa ação para salvar outras vidas.

A coleta e produção de plasma para repasse aos hospitais que usam a terapia como alternativa no tratamento dos pacientes internados são feitas pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar). A coleta de sangue pode ser feita em qualquer unidade da Hemorrede no Paraná. Cada bolsa de sangue produz 200 ml de plasma hiperimune.Para doar o plasma, o paciente recuperado precisa esperar até 45 dias do diagnóstico do RT-PCR ou 30 dias após o fim dos sintomas. 

TERAPIA – A transfusão de plasma convalescente é experimentada há tempos como terapia para doenças infecciosas. Chegou a ser usada na pandemia de gripe espanhola, no início do século passado, e também em surtos mais recentes, como do sarampo, da influenza e até do ebola. O Hemepar prepara um estudo junto com médicos do Hospital do Rocio, de Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba, para avaliar a efetividade da terapia.

No caso da doença causada pelo novo coronavírus, a transfusão é feita no início da infecção, nos primeiros cinco dias, em pacientes que não estejam com o pulmão muito comprometido e sempre com autorização dos familiares. “Temos efetivamente bons resultados com o plasma convalescente, e um estudo será publicado com essa avaliação nos pacientes com Covid-19. Mas ainda é tudo muito empírico, é preciso que mais trabalhos científicos sejam publicados”, afirma Liana.

“A Covid-19 é uma doença nova, e os médicos e cientistas ainda buscam por um tratamento eficaz. As terapêuticas que temos hoje, inclusive a transfusão de plasma, ainda não tratam a patologia, mas dão uma boa melhorada. Temos boas respostas em alguns pacientes, e resposta nenhuma em outros”, ressalva. “Mesmo depois de um ano de pandemia ainda não há um tratamento de eleição, somente indicativos de melhora. O que se sabe de concreto é que distanciamento, uso de máscaras e higiene das mãos é o que efetivamente dá certo”, reforça.

O Hemepar segue protocolos de segurança para a Covid-19, como o agendamento e recepção de oito pessoas a cada 30 minutos para evitar aglomeração, utilização de álcool gel 70% e profissionais que atuam no atendimento devidamente paramentados.

O agendamento para doação de sangue pode ser feito pela internet (saúde.pr.gov.br). São aptos a doar sangue pessoas que tenham entre 16 a 69 anos, que pesem mais de 51 quilos e que estejam bem de saúde.

Com informações do Hemepar

 

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