Movimento Saúde

A pandemia tem dado um ar pesado às expressões, escondidas pelas máscaras. A mídia mostra imagens, ouve pacientes, médicos, registra o medo, contabiliza mortes.

Mas Tuco Rocha, fisioterapeuta da Clínica Municipal de Fisioterapia de Pérola, e fotógrafo nas horas vagas, encontrou no projeto foto-documentário Rostos do Covid uma bela forma de registrar o empenho dos profissionais envolvidos no tratamento de pessoas infectadas pelo covid-19. “A convivência com essa Pandemia levou os profissionais de Saúde ao seu extremo desgaste físico e principalmente emocional.  É difícil, às vezes, dar um diagnóstico que mais tarde se comprova como uma perda na luta contra o Covid. O momento é de reaprender a conviver com novos desafios”, relata Tuco Rocha.

Em sua rotina de trabalho, Tuco, e outros três fisioterapeutas que compõem a equipe da clínica, recebem os pacientes pós-covid, que ele classifica como “verdadeiros guerreiros de uma luta pela vida”. Juntos, eles têm a missão essencial de reabilitar essas pessoas para uma nova vida, agora com as sequelas respiratórias e musculares que a doença muitas vezes impõe.

A ideia do ensaio fotográfico surgiu exatamente para documentar, sob a lente de uma câmera, a rotina dos profissionais de saúde, seus desafios, angústias, medos, derrotas, a união, as vitórias e alegrias. “É a junção do olhar clínico com o olhar fotográfico”, resume o fisioterapeuta, ressaltando que o objetivo principal é “homenagear esses profissionais, que exercem suas profissões com carinho, amor e dedicação... mesmo em tempos difíceis de Pandemia”.

Rostos do Covid revela a sensibilidade da pessoa que traz dentro de si o olhar atento necessário ao fisioterapeuta e ao bom fotógrafo, capaz de captar a beleza presente no semblante tenso, nas mãos ágeis, nos cuidados, na fé dos profissionais, que apesar de travarem uma luta diária contra um vírus, invisível e devastador, mantêm a serenidade, retratada nas fotos.