Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 Login
O estudo aponta que os indivíduos começam a transmitir o vírus mesmo antes da fase pré-sintomática
Foto: Divulgação
Segundo o estudo publicado no The Lancet no dia 17 de junho, a transmissibilidade entre contatos domésticos e não-domésticos ainda não havia sido desvendada. Para tanto foram utilizados dados de rastreamento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), na cidade de Guangzhou, na China.
Indivíduos da mesma família ou parentes próximos, como pais e sogros, independente do endereço residencial, e indivíduos que moravam na mesma residência, independente do grau de parentesco e nível de relacionamento foram considerados durante o estudo.
Foram analisados 215 casos de Covid-19: 2 primários e 134 secundários ou terciários (infectados por contato com familiares) entre os dias 7 de janeiro e 18 de fevereiro. Também foram obtidas informações de 1.964 pessoas que estavam sendo observadas, mas não contraíram a enfermidade.
Após análise estatística, os pesquisadores mostraram que indivíduos com menos de 20 anos têm uma chance média de 5,2% de contraírem uma infecção “caseira” pelo novo coronavírus. O índice é menor do que o encontrado nas outras faixas etárias analisadas. Entre 20 e 59 anos, a possibilidade é de 14,8%. Já em idosos com mais de 60 anos, é de 18,4%.
O estudo aponta que os indivíduos começam a transmitir o vírus mesmo antes da fase pré-sintomática. Na opinião dos autores, essas informações podem servir para criar uma estratégia de proteção dentro das instalações e entre contatos familiares.
Com 3 milhões de casos de Covid-19, o Brasil vive um momento de grande oportunidade em relação à pandemia, segundo o diretor de operações da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan.
O representante afirmou em uma coletiva de imprensa em que afirmou que existem sinais de que os números de proliferação de casos da Covid-19 no país tenham se estabilizado nos últimos dias e que o país tem, pela primeira vez, a chance de iniciar um caminho em direção ao controle da enfermidade.
Um dos grandes desafios do Brasil será reduzir a taxa de novos casos de transmissão. Mas sem uma ação conjunta das autoridades, não existem garantias de que a pandemia perca força no país.
“Não estamos vendo o aumento que tivemos no mês de abril e maio, quando houve uma taxa elevada de crescimento. Entretanto, essa doença não está descendo a montanha. Os números se estabilizaram. Contudo, eles deveriam começar a cair de uma forma sistemática e diária. O Brasil está ainda no meio da luta”, apontou Michael Ryan.
Para a OMS, outro sinal positivo é o número de reprodução do vírus, que estaria entre 0,5 e 1,5 no país. Nos meses de abril e maio, ele chegou a variar entre 1,5 e 2. Ou seja, cada pessoa infectada contaminava duas outras pessoas.
“Hoje, o vírus não esta dobrando na população com a velocidade que ocorria antes. O aumento não é mais exponencial. Ele tem atingido um platô. Mas os casos e mortes não pararam e não há garantiria de que vá cair por si só. Já vimos isso em outros países”, frisou o diretor de operações da OMS.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Autora: Úrsula Neves
Referências bibliográficas: