A gente já viu os benefícios da atividade física na prevenção e no tratamento de diversas doenças, inclusive do câncer. Já vimos que ela também é uma grande aliada de quem sofre com a ansiedade. O que ainda não foi dito é que, mesmo sendo um ótimo hábito para incluir no dia a dia, a prática de atividade física pode ser prejudicial quando passa dos limites.
Segundo o Blog da Saúde, a vigorexia é um tipo de transtorno dismorfóbico – de distorção da autoimagem e faz com que os indivíduos que o possui fiquem exageradamente fortes, desenvolvendo muito alguns grupos musculares que tiram a uniformidade do corpo.
Desse modo, a vigorexia é uma doença psicológica caracterizada pela insatisfação constante com o corpo, conforme explica Silvia Feiten, Mestre em Saúde Pública do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (MS) e vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).
Silvia comenta que o excesso de atividade física pode também provocar dores musculares persistentes por todo o corpo, muito cansaço, anorexia, insônia, aumento da frequência cardíaca de repouso e menor desempenho sexual. Além de causar problemas articulares e ósseos.
Paralelamente a isso, outros fatores que entram em cena na vigorexia são: a alteração da dieta alimentar, que passa a ser muito restritiva, o consumo de suplementos alimentares sem orientação e o uso de esteroides e anabolizantes, sendo esse último o mais preocupante.
Segundo o Blog da Saúde, esses medicamentos podem provocar esteatose hepática (acúmulo de gordura nas células do fígado), câncer de pâncreas, fígado e próstata, disfunção de diversos hormônios e acromegalia (crescimento anormal das extremidades do corpo), entre outras patologias.
De olho nos sinais!
Quem é diagnosticado com o transtorno dismorfóbico apresenta alguns sinais que valem atenção.
São eles: preocupação excessiva com a aparência, pensamentos negativos acerca da própria imagem, tristeza e baixa autoestima que chegam ao ponto de prejudicar a vida social e profissional.
Como já explicamos, a insatisfação com a aparência pode levar a procedimentos desnecessários e ao uso de substâncias prejudiciais. Quando chega ao ponto de prejudicar a vida social, a pessoa com o transtorno não quer sair de casa, evita fotografias, faz comparações constantes com outras pessoas e não acredita que está com uma boa imagem, mesmo que alguém próximo garanta o contrário.
No âmbito da academia, o profissional de Educação Física certamente será o primeiro a observar indícios de vigorexia em uma pessoa, afirma Silvia. O vigoréxico começa a exagerar no tempo de treino, ser absurdamente seletivo na alimentação e muitas vezes inicia o consumo de anabolizantes.
Aceitação para prevenir e tratar!
Silva ensina que, ao identificar a vigorexia em um aluno, o profissional de Educação Física pode alertar, esclarecer os riscos para a saúde e sugerir programações de treinos mais adequados, respeitando sempre os limites do corpo e os intervalos de descanso.
Nesse sentido, é importante lembrar que uma pessoa com vigorexia pode e deve manter uma rotina de atividade física, porém em doses menores e com orientação profissional, incluindo um acompanhamento psicológico que facilite a compreensão e o tratamento desse distúrbio de autoimagem.
De acordo com a especialista, a avaliação física também é uma boa estratégia, pois ela serve para mostrar com dados concretos que a massa muscular está adequada, considerando idade, gênero e características genéticas. Em último caso, vale entrar em contato com familiares quando o vigoréxico não se mostrar colaborativo, em especial se for um aluno menor de idade.
Frequentemente, somos bombardeados por imagens de corpos ideais, o que pode gerar conflitos entre o real e o irreal. A busca da imagem “perfeita” pode estar ligada a sentimentos de inferioridade, podendo ainda desenvolver quadros de depressão e ansiedade.
O equilíbrio de nossas atitudes é que pode garantir o bem-estar. Que tal trocar as suas escolhas antigas por algumas mais saudáveis? Cuidar da saúde mental em parceria com as atividades físicas, pode ser a melhor forma de prevenir distorções, angústias e sofrimentos relacionados à percepção de si.
Fonte: Saúde Brasil