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Cerca de 40% das mulheres têm sintomas que comprometem sua qualidade de vida

Foto: Rosi Rodrigues

TPM pode prejudicar a qualidade de vida e os relacionamentos das mulheres

Publicado em 12/08/2017 às 18:04

Pesquisas e mais pesquisas na área médica procuram avaliar e comprovar cientificamente as causas do Transtorno Dismórfico Pré-Menstrual, TDPM, a popular TPM, sigla de Tensão pré-menstrual. Cerca de 90% das mulheres se queixam de algum sintoma na fase pré-menstrual. A ciência já descreveu pelo menos 150 sintomas diferentes. 

A médica ginecologista, Dra. Marcela O. Chivari Frederico realizou um amplo estudo sobre o tema e apresentou durante a Jornada Farmacêutica da Universidade Paranaense – Unipar, na última quinta-feira (10).

Segundo ela, mulheres que apresentam sintomas cíclicos, recorrentes mensalmente, e que atrapalham suas atividades profissionais e relacionamento interpessoal são diagnosticadas como portadoras da Síndrome Pré-menstrual. Estima-se que 40% das mulheres sofrem com essa síndrome.

A TPM NA HISTÓRIA

O filósofo grego Hipócrates percebeu e descreveu alterações no humor das mulheres 460 a.C. Em 1931 o médico e pesquisador americano Robert Frank estudou e descreveu o ciclo da TPM e concluiu que as mulheres sentem uma “indescritível tensão”.

Estudos mais modernos avaliaram a influência dos hormônios, e constataram alterações no funcionamento do neurotransmissor Serotonina durante o ciclo menstrual das mulheres com TPM são diferentes daquelas que não apresentam TPM.

Os sintomas da Síndrome Pré-menstrual se iniciam após a ovulação, geralmente 14 dias antes da menstruação é desaparecem completamente, geralmente entre o primeiro e o quarto dia da menstruação.

Mudanças nos hábitos intestinais, ganho de peso, edema (inchaço nos pés, mãos, pernas, abdome, seios), dores de cabeça, dor nos seios, perda de coordenação motora, perda de concentração, mudanças de apetite (aquela vontade incontrolável de comer doces), alterações na libido, ondas de calor, letargia, irritabilidade, choro, agressividade, estão entre as alterações mais encontradas no estudo.

Diariamente em seu consultório a médica atende mulheres que relatam esses e outros sintomas no período pré-menstrual.

“Não somente as mulheres, mas companheiros e maridos que as acompanham nas consultas relatam mudanças durante a TPM. Os casos variam desde sintomas físicos como inchaço, dor mamária e prisão de ventre, assim como sintomas  psicológicos, como tristeza, irritabilidade e nervosismo, e também podem ocorrer mudanças radicais de comportamento, que prejudicam seus relacionamentos interpessoais, familiares, sociais e no trabalho", relatou.

Quando cinco ou mais sintomas aparecem associados, há prejuízo na qualidade de vida da mulher. Aproximadamente entre 2% e 6% das mulheres que menstruam desenvolvem o Transtorno Dismórfico Pré-Menstrual de forma severa e precisam de tratamento específico, muitas vezes com apoio de medicamentos psiquiátricos e psicoterapia.

Os sintomas físicos e psicológicos podem interferir no cotidiano das mulheres

TRATAMENTO

Para quem tem sintomas leves, mudanças na dieta, com restrição de sal, café, álcool, carnes vermelhas, laticínios e gorduras, substituindo por peixes, aves, grãos integrais, associados à prática de atividades físicas podem ajudar muito.

Quando os sintomas interferem na qualidade de vida, como dores e edema constantes, o tratamento medicamentoso pode ser indicado. Diuréticos, anti-inflamatórios, contraceptivos orais de uso contínuo, inibidores seletivos da recaptamento da serotonina (fluoxetina), entre outros, podem ser prescritos pelo médico.

“As mudanças de hábitos, e os medicamentos podem ser utilizados para melhora dos sintomas. Atualmente a farmacologia ainda dispõe de uma gama de fitoterápicos bastante eficientes que promovem alívio dos sintomas. Lembrando que, apesar da denominação, o fitoterápico é um medicamento e precisa ser prescrito por um profissional da área da saúde”, recomenda a Dra. Marcela.

A Dra. Marcela esclareceu dúvidas das participantes e recomendou: "Se os sintomas estiverem atrapalhando o dia a dia e os relacionamentos, a mulher deve procurar ajuda médica".

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