Movimento Saúde

A rede hospitalar de Umuarama enfrenta uma das situações mais críticas dos últimos meses. O colapso iminente dos serviços de saúde, motivado pelo aumento expressivo dos casos de síndromes respiratórias, foi tema de uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (3), no auditório da Secretaria Municipal de Saúde. Conduzida pela secretária Lisbeth Scanavaca e pela coordenadora do Pronto Atendimento 24h, Cíntia Braga, a coletiva teve tom de urgência e reforçou o apelo para que a população busque a vacinação contra a gripe, disponível gratuitamente nas unidades de saúde.

“Os hospitais estão praticamente sem vagas, tanto em UTIs quanto nas enfermarias”, afirmou a secretária. A sobrecarga no sistema se estende também ao Pronto Atendimento 24h. Segundo ela, apenas no mês de maio foram registrados mais de 13 mil atendimentos. “Cerca de 90% das crianças e 80% dos adultos atendidos apresentaram sintomas de síndromes respiratórias”, destacou.

A coordenadora do PA 24h, Cíntia Braga, reforçou a gravidade da situação: “Cada paciente com quadro respiratório demora no mínimo 12 horas para se estabilizar, por isso não temos mais leitos vagos já há alguns dias. Quando um leito é liberado, já tem pacientes aguardando”, relatou.

Apesar da gravidade do cenário, a adesão da população à campanha de vacinação contra Influenza permanece muito abaixo do ideal. Do público-alvo estimado em 31.424 pessoas — composto por crianças, gestantes e idosos — apenas 18.935 doses foram aplicadas, o que representa cerca de 32% de cobertura vacinal.

A secretária Lisbeth alertou: “Precisamos da vacina. Muitos não entendem que quem toma a vacina pode ter gripe, mas sem complicações, de forma leve. Vai responder melhor ao tratamento e se curar mais rápido.” Segundo ela, atualmente há muitas crianças utilizando oxigênio de alto fluxo, além de mais de 150 pacientes que fazem uso de oxigênio em casa, sob acompanhamento da Secretaria de Saúde.

Além dos cuidados básicos, como a higiene das mãos, uso de álcool em gel e máscara em caso de sintomas, Lisbeth fez um apelo direto à população para ampliar a vacinação, destacando os benefícios para o bebê no caso de gestantes. “A vacina está em todos os postos, liberada a partir dos seis meses de idade. E as gestantes vacinadas passam os anticorpos para que o bebê nasça protegido, e continua passando durante a amamentação”, pontuou. “É triste a gente ver uma criança com a síndrome respiratória, ela sofre muito e os pais também.”

Campanha especial de vacinação será realizada neste sábado

Como parte das estratégias para reverter o quadro, a Secretaria de Saúde realizará uma ação especial de vacinação neste sábado (7), das 8h às 17h. Três pontos de grande circulação estarão atendendo a população: Praça Arthur Thomas, Supermercado Capioto e Shopping Palladium.

“Teremos equipes vacinando a população em geral – a partir de seis meses – durante todo o dia. Vai ser uma ação especial para aumentar a cobertura e proteger as nossas famílias”, anunciou a secretária.

O apelo é claro: diante da alta demanda por atendimento e da limitação de recursos hospitalares, a vacinação se apresenta como a principal estratégia de prevenção e contenção do agravamento de casos. A Secretaria de Saúde reitera que a colaboração da população é essencial para evitar o colapso dos serviços e preservar vidas.