Sábado, 23 de novembro de 2024 Login
Não pense que só o sistema cardiovascular de pessoas com diabetes sofre. Estudos apresentados no Congresso Mundial de Osteoporose e Doenças Osteometabólicas, que está acontecendo em Cracóvia (Polônia), reforçam que essa doença enfraquece os ossos e promove fraturas – mas de um jeito diferente do esperado.
Comecemos pelo diabetes tipo 1, versão menos comum do problema em que o próprio organismo do paciente ataca o pâncreas, comprometendo a produção de insulina – e, com isso, bagunça o controle do açúcar no sangue. Ao comparar 97 vítimas dessa encrenca com outras 77 saudáveis, pesquisadores da Universidade Médica da Bielorússia notaram que 18,5% da primeira turma já apresentava vértebras quebradas, contra apenas 1,3% do outro pessoal.
Caso você esteja achando estranho: sim, é possível ter uma pequena lesão na espinha dorsal e não perceber. Mas ela, se já não está provocando eventuais dores, limitações de movimento, deformações ou uma corcunda, ao menos sinaliza para um risco elevado de mais ossos quebrados no futuro.
“Já tínhamos mais noção de que isso acontece mesmo no diabetes tipo 1. Mas agora estão surgindo evidências com o tipo 2 também”, ressalta a endocrinologista Marise Lazarreti Castro, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo, direto do congresso para a SAÚDE.
Pois é: essa versão da encrenca, caracterizada por uma resistência à ação da insulina que, no longo prazo, sobrecarrega o pâncreas e faz a glicemia ir às alturas, também parece estar associada a fraturas. De acordo com mais um trabalho daqueles mesmos cientistas bielorrusos, mulheres após a menopausa que sofrem com diabetes tipo 2 apresentam uma probabilidade quase três vezes maior de ter vértebras quebradas.
Nesse experimento, 94 diabéticas foram equiparadas a 89 voluntárias com glicemia normal. E aqui vem um detalhe importante (e preocupante): o resultado não mudou muito até quando as pacientes o exame que detecta a osteoporose vinha praticamente inalterado. Ou seja, o teste de densitometria óssea parecia estar ok, porém mesmo assim elas sofreram com mais lesões.
Fonte:saude.abril.com.br
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