Quarta-feira, 27 de novembro de 2024 Login
Os órgãos foram levados para Curitiba, onde serão transplantados. O gesto pode ajudar a recuperar a saúde de até duas pessoas
A doação dos rins de um homem de 35 anos foi realizada na tarde deste sábado (16), no Instituto Nossa Senhora Aparecida, em Umuarama. A família autorizou a doação após a morte encefálica do paciente ser diagnosticada pela equipe médica. O gesto pode ajudar a recuperar a saúde de até duas pessoas.
O paciente deu entrada no hospital no dia 12 de maio com múltiplos ferimentos e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva - UTI em estado grave.
Apesar dos esforços das equipes médicas e de enfermagem, o paciente não respondeu aos tratamentos e, no dia 13 de maio, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgão e Tecidos do Instituto Nossa Senhora Aparecida – CIHDOTT-INSA deu início ao protocolo de morte encefálica, que segue critérios baseados na ausência da atividade cerebral, incluindo do tronco encefálico.
O protocolo contempla a execução de dois exames clínicos, um teste de apneia e um exame complementar comprobatório, neste caso, exames de imagem e de sangue. A constatação irremediável e irreversível da morte clínica do paciente de 35 anos ocorreu na madrugada do dia 15.
“Após a comunicação da morte pela equipe médica, fizemos o acolhimento da família, tiramos dúvidas sobre os procedimentos e informamos sobre o direito de doar, que é exclusivo da família. Mesmo se o doador de órgãos expressou esse desejo em vida, cabe à família autorizar ou não ”, explica a enfermeira Daniele Bilha Moro, integrante da CIHDOTT-INSA.
Com autorização da família iniciou-se o processo de doação. A logística para a captação de órgãos e tecidos em cidades do interior, como Umuarama, é complexa. A maior parte do transporte é feito por via terrestre.
Para esta captação foram deslocadas duas equipes: uma composta por motorista, enfermeiro e médico cirurgião habilitados para a remoção de órgãos, vindos do Hospital Uopeccan de Cascavel e um motorista de Maringá, para fazer o transporte do órgão até o aeroporto daquela cidade. De lá os rins seguiram para Curitiba, onde será transplantado nos receptores, de acordo com a lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes. Duas pessoas serão beneficiadas.
O Brasil é, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o segundo país do mundo em número absoluto de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos. É também, de acordo com o Ministério da Saúde, o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 95% dos procedimentos realizados em todo o país são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Paraná é o líder nacional em doação de órgãos Em 2018 foram 1.879 doações e no acumulado dos últimos oito anos (2011-2018) o Estado alcançou 9.206 intervenções.
Confira informações sobre doações e transplante
Como ser doador – É bem simples: avise a sua família. Seus órgãos só poderão ser doados com autorização dos seus parentes mais próximos.
Quem pode doar – Qualquer pessoa, após a confirmação da morte e mediante autorização da família.
Quais órgãos podem ser doados – Coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e também tecidos, como: córneas, pele, ossos, valvas cardíacas e tendões. Ou seja, um doador pode ajudar muitas pessoas.
Doador falecido – Pacientes que foram diagnosticados em morte encefálica (ME), o que ocorre normalmente em decorrência de traumas/doenças neurológicas graves, podem ser doadores de órgãos e tecidos e globos oculares para transplante de córnea. Nos casos em que o falecimento decorre de parada cardiorrespiratória (PCR), podem ser doados tecidos.
Doador vivo – Qualquer pessoa saudável pode ser doadora em vida de um dos seus rins ou parte do fígado para um familiar próximo (até 4ª grau consanguíneo), porém quando a doação de um rim ou parte do fígado for para uma pessoa não aparentada é necessário autorização judicial.
Quem recebe os órgãos – Os órgãos doados são destinados a pacientes que necessitam de transplante e estão aguardando em uma lista única de espera. Esta lista é fiscalizada pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde e pelas Centrais Estaduais de Transplantes.
A seleção de um paciente que aguarda por um transplante, ocorre com base na gravidade de sua doença, tempo de espera em lista, tipo sanguíneo, compatibilidade anatômica com o órgão doado e outras informações médicas importantes. Todo o processo de seleção dos potenciais receptores é seguro, justo e transparente.
Com informações da SESA – Secretaria de Estado da Saúde do Paraná e do Ministério da Saúde