Domingo, 24 de novembro de 2024 Login
Os órgãos foram transportados de carro até o aeroporto de Umuarama, onde um avião da Central de Transplantes aguardava
Uma fatalidade acabou se transformando em um momento de solidariedade e esperança, neste domingo (11), em Umuarama. A família de um motociclista de 32 anos, que teve morte encefálica depois de um grave acidente entre a moto que conduzia e um veículo em alta velocidade, na última sexta-feira, concordou em doar todos os seus órgãos. Pelo menos 8 pessoas poderão ser beneficiadas.
Jovem e saudável, o motociclista teve coração e válvulas, rins, fígado, córneas, pâncreas e ossos retirados para transplante. Os órgãos foram levados de avião para Curitiba.
O paciente deu entrada na UTI do Instituto Nossa Senhora Aparecida de Umuarama, na noite de sexta-feira (8), transferido da Santa Casa de Cianorte. Ele tinha uma grave lesão craniana.
Apesar de todos os esforços da equipe médica, o paciente não apresentava reações de atividade cerebral.
“Uma junta médica foi chamada e foi iniciado o protocolo de morte cerebral”, conta a médica plantonista Dra. Alana Anne Kaneda Garcia. Os médicos Dr. Bruno Barros da Silva (CRM 33818) e Dra. Paula Faria Henriques (CRM 33879) também participaram de todo o protocolo, desde a entrada do paciente, até a retirada dos órgãos.
Eles integram a equipe do SAMUTI – Serviço de Ações em Medicina de Urgência e Emergência e Terapia Intensiva. Um especialista da Central Estadual de Transplantes de Maringá também veio a Umuarama especialmente para examinar o paciente.
Da cirurgia para a remoção dos órgãos participaram profissionais da Santa Casa de Curitiba, Hospital São Vicente de Curitiba, Fazenda São Vicente, Organização de Procura de Órgãos de Maringá e da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Instituto.
“Avançados exames clínicos, laboratoriais e de imagem foram realizados antes de confirmar a morte encefálica”, destaca a Dra. Alana. Segundo ela, os protocolos são seguidos à risca para que não haja dúvidas e se possa oferecer à família e aos profissionais toda a segurança necessária.
Pelas boas condições de saúde do doador, praticamente todos os órgãos poderão ser aproveitados. “Ele quase não tinha lesões pelo corpo e apresentava boas condições de saúde. Pelo menos oito pessoas poderão ser beneficiadas”, reiterou a médica.
A família tem o direito de doar
A doação dos órgãos do motociclista de 32 anos coincide com a campanha Setembro Verde, de conscientização sobre a doação de órgãos. Para a psicóloga do Instituto Nossa Senhora Aparecida, Viviane Barbosa Castilho, a família tem o direito de saber que pode doar.
“Quando há a possibilidade de doação de órgãos, imediatamente conversamos com a família. A doação não é obrigatória, mas é um direito da família”, explica.
Segundo ela, somente a família pode autorizar a doação. No caso do motociclista, a esposa autorizou a doação. Quando a pessoa é solteira, a decisão é dos pais.
“Mesmo que o doador tenha se manifestado publicamente, é necessária a autorização expressa da família após constatada a morte encefálica. Sem ela, não há doação”, destacou.
A Campanha Setembro Verde estimula o diálogo em família sobre a doação de órgão. Atualmente no Paraná, cerca de 2.000 pessoas esperam por um transplante.
PARTICIPE DAS AÇÕES DO SETEMBRO VERDE EM UMUARAMA:
13/09 – 17 as 20h. Ação na Feira do Produtor em frente ao SESC. Aferição de pressão e distribuição de informativos.
21/09 – 10 as 12h. Palestra para funcionários do Frigorífico Astra em Cruzeiro do Oeste.
23/09 – 9 as 12h. Blits no Posto da Polícia Rodoviária de Cruzeiro do Oeste. Panfletagem e aferição de pressão arterial.
27/09 – 19 as 20h30 Palestra com alunos do curso de Técnico em Enfermagem no Colégio Ilda T. Kamal.
29/09 – 9h. Encerramento. Auditório Hyzo Gondeberto dos Santos, no Hospital Cemil . Balanço das atividades do mês. Palestra com Gislaine F. Duarte, coordenadora Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Macro-Região de Maringá.
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A trajetória da cabeleireira Maria Augusta e o seu legado ao empreendedorismo feminino