Domingo, 24 de novembro de 2024 Login
Estudos já demonstraram que o cigarro eletrônico aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio e de doenças respiratórias e pulmonares, como a asma
Foto: Divulgação
O cigarro eletrônico não é um produto inócuo, tem substâncias cancerígenas e aditivos com sabores, com efeitos tóxicos ainda desconhecidos sobre a saúde, informa o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).
Por ser uma novidade e existirem inúmeras formas, gerações, marcas e líquidos, os efeitos de longo prazo na saúde decorrente das inúmeras substâncias presentes no vapor dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), ou cigarros eletrônicos, ainda não são completamente conhecidos. “O consumo dos cigarros eletrônicos não é recomendado. Qualquer produto derivado do tabaco causa dependência e é prejudicial à saúde”, adverte Andrea Reis, da Divisão de Controle do Tabagismo, do INCA.
De acordo com o INCA, a forma como o produto vem sendo divulgado em diferentes países é problemática, pois leva as pessoas a acreditaram que é um produto menos nocivo do que os cigarros convencionais. “As mesmas técnicas de marketing e publicidade usadas no passado com os cigarros tradicionais, passando a imagem de que não há riscos, acabam estimulando o consumo deste produto por crianças e jovens”, alerta Andrea.
Tire suas dúvidas sobre o cigarro eletrônico:
A partir das informações disponibilizadas pelo INCA no estudo “Cigarros eletrônicos: o que sabemos? Estudo sobre a composição do vapor e danos à saúde, o papel na redução de danos e no tratamento da dependência de nicotina”, seguidas pela avaliação de Andrea Reis, o Saúde Brasil esclarece e tira algumas dúvidas sobre o assunto. Confira:
O cigarro eletrônico é um dispositivo eletrônico utilizado para fumar, alimentado por uma bateria. Contém um cartucho que armazena nicotina líquida, água, substâncias aromatizantes e solventes, como glicerina e propilenoglicol.
Não. Como medida de precaução e proteção à saúde de nossa população, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a comercialização, importação e propaganda de quaisquer Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF).
O cigarro eletrônico contém nicotina, que causa dependência. Este é o primeiro perigo. Além disso, o cigarro eletrônico é o termo utilizado para definir uma grande variedade de produtos que divergem em relação a formato, concentrações de líquidos, marcas, etc. Portanto, pressupõe-se que haja também uma variedade em sua toxicidade e nas consequências para a saúde de quem os usa, dificultando as conclusões de estudos e do controle sobre o que é consumido.
Mesmo diante da variedade de produtos, já se pode dizer que os cigarros eletrônicos representam dois tipos de riscos: o risco individual, que é o surgimento de doenças relacionadas ao seu uso, a ocorrência de explosões e a intoxicação, principalmente por crianças, pelo contato com seu líquido; e o risco coletivo, que seria o impacto da entrada e consumo destes produtos nas medidas de controle do tabaco de um país.
Sim. Estudos já demonstraram que o cigarro eletrônico aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio e de doenças respiratórias e pulmonares, como a asma. Além disso, estes produtos possuem em sua composição substâncias reconhecidamente cancerígenas.
O uso de cigarro eletrônico não é tratamento. Não há evidência científica que comprove que o uso do cigarro eletrônico seja eficaz para parar de fumar. Por outro lado, as evidências contrárias vêm se acumulando, ou seja, fumantes que usam estes produtos tem menos chance de deixar de fumar. No Brasil, temos tratamento gratuito no SUS para quem quer deixar de fumar de maneira segura.
Fonte: Saúde Brasil