Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 Login
A família de Eliete Neves da Silva, de 46 anos, que teve morte encefálica confirmada autorizou a doação de múltiplos órgãos. A cirurgia foi realizada durante a madrugada desta sexta-feira (3) por uma equipe formada por médicos, enfermeiros e técnicos de Curitiba, Maringá e Umuarama. Foram doados os rins e o fígado.
O procedimento foi realizado no Centro Cirúrgico da Associação Beneficente São Francisco de Assis – Hospital Cemil de Umuarama e durou cerca de três horas. Os órgãos foram transportados de carro até Maringá e de lá seguiram de avião até Curitiba, para serem reperfundidos (implantados), no Hospital Angelina Caron. Três pacientes, já aguardavam a doação.
Eliete foi internada em Umuarama com síndrome gripal e um quadro de sepse, que é o conjunto de manifestações produzidas pelo organismo para combater uma infecção. O quadro evoluiu para uma infecção generalizada, comprometendo o funcionamento do organismo. A paciente sofreu então um Acidente Vascular Cerebral – AVC hemorrágico, que levou a morte cerebral.
A família manifestou o desejo de doar para a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante- CIHDOTT do Hospital Cemil, que tomou todas as providências cabíveis.
Participaram da captação, os médicos Dr. José Sampaio Neto, do Hospital Angelina Caron de Curitiba e Dr. Reafel Hellú, do Hospital Cemil de Umuarama; os enfermeiros Israel da Silva do Hospital Angelina Caron, Fabinao Mosconi da OPO de Maringá e Thais Fantin Neurer do Hospital Cemil de Umuarama e o técnico de enfermagem Cleiton de Barros, também do Hospital Cemil.
“A sensação é de dever cumprido. Pelo menos três pessoas serão beneficiadas. A doação de órgãos é um gesto que ajuda a família da doadora a amenizar a dor da perda, através da solidariedade”, disse a enfermeira Thais, da CIHDOTT do Hospital Cemil.
TEMPO
Apesar de a família da doadora ter autorizado a captação de múltiplos órgãos, apenas os rins e o fígado foram doados. Um dos grandes desafios das CIHDOTTs dos Hospitais de Umuarama é a logística. A falta de um aeroporto com linhas aéreas comerciais inviabiliza a captação de muitos órgãos. No caso desta paciente, foram captados rins e fígado, que são órgãos com isquemia (tempo entre a retirada e a reperfusão do órgão), considerados grandes. O fígado deve ser reimplantado entre 8 e 13 horas após a retirada. Os rins são ainda mais resistentes, podendo ser reimplantados entre 24 e 36 horas após a captação. O coração e os pulmões são órgãos muito mais delicados e devem ser reimplantados entre 2 e 4 horas após a retirada e pela mesma equipe médica.