Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 Login
Muitas pessoas podem ter hepatite sem saber. O alerta é da Secretaria de Estado da Saúde na semana em que se comemora Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais (28 de julho). Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada caso confirmado de hepatite viral, há outros 19 não diagnosticados.
As hepatites virais são doenças infecciosas provocadas por vírus que atacam o fígado. Há cinco diferentes vírus que causam hepatites, sendo os tipos A, B e C os mais comuns no Brasil. Os outros dois tipos, D e E, são mais frequentes em países da África e Ásia. Em todo mundo, estima-se que 400 milhões de pessoas tenham algum tipo de hepatite viral.
Conforme explica o chefe da Divisão Estadual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Francisco Carlos dos Santos, a preocupação maior é com as hepatites B e C, transmitidas através do sangue e secreções. Esses dois tipos de hepatite podem apresentar tanto formas agudas, quando o doente se recupera totalmente da doença e elimina o vírus do organismo, quanto formas crônicas, onde a pessoa permanece com a doença por mais de seis meses.
“Os doentes crônicos muitas vezes nem sabem que estão com hepatite e por isso não fazem tratamento, agravando a doença e ainda podem transmitir o vírus para outras pessoas”, diz Francisco.
Diagnóstico
Os sintomas das hepatites nem sempre são percebidos. Quando aparecem, podem incluir fadiga, falta de apetite, febre baixa, náuseas, dor abdominal, icterícia (pele e olhos amarelados), urina escura e fezes esbranquiçadas. O diagnóstico da doença é feito através de exame de sangue. Atualmente, o sistema público de saúde oferece gratuitamente o chamado teste rápido, que em cerca de 20 minutos já possibilita o diagnóstico das hepatites B e C.
O teste para hepatite é feito quando há suspeita da doença ou quando a pessoa, mesmo não apresentando nenhum sintoma, foi exposta a alguma situação de risco, como ter feito sexo sem preservativo, compartilhado agulhas e seringas, lâminas e outros materiais cortantes. Lopes lembra que o teste também é recomendável para pessoas que realizaram algum procedimento cirúrgico, receberam sangue ou realizaram algum procedimento antes de 1993.
“Essa indicação é importante, pois muitas pessoas podem ter se contaminado décadas atrás, quando o controle da qualidade do sangue não era tão rigoroso como atualmente”, explica Francisco.
Prevenção
A adoção de medidas preventivas é a melhor forma de se evitar a contaminação pelos vírus da hepatite. No caso das hepatites B e C, recomenda-se evitar contato com sangue infectado, não compartilhando objetos cortantes ou perfurantes, nem instrumentos para preparação de drogas injetáveis. Outra recomendação importante é sempre usar preservativo nas relações sexuais, além de só fazer tatuagens, colocação de piercings e tratamentos com acupuntura com instrumentos esterilizados.
Há ainda vacinas específicas para a hepatite A e para a hepatite B disponíveis no sistema público de saúde. No caso da vacina contra hepatite A, o público-alvo são as crianças entre 15 meses e menores de 5 anos, que recebem uma dose da vacina. Já a vacina contra hepatite B é aplicada nos bebês ao nascer ou nos primeiros 30 dias de vida (1 dose). O calendário de vacinação das crianças também inclui a aplicação de três doses da vacina penta viral, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, meningite, influenza B e hepatite B. A vacina contra a hepatite B também está disponível para adultos em qualquer faixa etária.
Adaptado de: obemdito