Sexta-feira, 18 de abril de 2025 Login
Pesquisadores britânicos desenvolveram um teste de saliva que pode transformar a detecção precoce do câncer de próstata, um dos tipos de tumor mais comuns entre os homens. O exame analisa o DNA para identificar mutações genéticas associadas ao maior risco de desenvolvimento da doença, permitindo um rastreamento mais preciso e direcionado.
Os primeiros estudos indicam que o teste pode ajudar a identificar tumores agressivos que poderiam passar despercebidos com os métodos convencionais. No entanto, especialistas alertam que ainda são necessários mais anos de pesquisa para comprovar a eficácia da tecnologia na redução da mortalidade pela doença.
Atualmente, cerca de 12 mil homens morrem anualmente de câncer de próstata no Reino Unido. O debate sobre a realização de exames preventivos se intensificou após o ciclista olímpico Chris Hoy revelar que enfrenta um câncer de próstata terminal. No Brasil, há divergências entre instituições médicas: enquanto o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) não recomendam o rastreamento em homens sem sintomas, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) defende exames periódicos para determinados grupos de risco.
Diferente do exame PSA, que mede os níveis do antígeno prostático específico no sangue e pode levar a diagnósticos e tratamentos desnecessários, o novo teste genético avalia 130 mutações associadas ao câncer de próstata. No estudo, publicado na revista New England Journal of Medicine, cientistas testaram homens entre 55 e 69 anos, selecionando os 10% com maior pontuação de risco para exames adicionais, como biópsia e ressonância magnética.
Os resultados foram promissores:
745 homens foram classificados como de alto risco;
468 aceitaram realizar exames complementares;
187 foram diagnosticados com câncer de próstata;
103 tinham tumores agressivos que exigiam tratamento imediato, sendo que 74 desses casos não seriam identificados pelos métodos tradicionais.
A pesquisa sugere que a abordagem pode otimizar o rastreamento, identificando precocemente pacientes com maior risco e evitando exames invasivos desnecessários para aqueles com menor propensão à doença. Apesar do avanço, os especialistas ressaltam que ainda serão necessários novos estudos para validar o impacto do teste na redução da mortalidade e sua viabilidade para uso em larga escala.
Se confirmada sua eficácia, a nova ferramenta poderá representar um avanço significativo na personalização da prevenção e do diagnóstico do câncer de próstata, tornando o rastreamento mais eficiente e seguro.
Fonte: BBC
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