Quinta-feira, 21 de novembro de 2024 Login
Os motivos para sangramentos durante a gestação podem ser vários, no entanto, em nenhum deles a situação é normal e a gestante deve procurar atendimento médico. A trombocitopenia imune ou púrpura trombocitopênica (PTI) é uma doença hematológica autoimune que leva a destruição das plaquetas, causando sangramentos. E é na gravidez que a PTI costuma se manifestar pela primeira vez.
A médica, Dra. Aruana Legnani Mohr, hematologista da Clínica Oncoclin, explica que a PTI causa a “diminuição nos níveis plaquetários, e consequentemente, maior dificuldade de coagulação e probabilidade de sangramentos”.
A gestante deve estar atenta a sintomas como hematomas, petéquias (manchas vermelhas ou azuladas na pele) e sangramentos. Caso note algum desses sinais deve procurar orientação médica.
Exame de avaliação
Ainda não há um exame específico para diagnosticar a trombocitopenia imune, sendo necessário a realização de exames que descartem a possibilidade de outras doenças. O principal exame para avaliar o PTI é o hemograma completo. “Esse exame evidencia plaquetas baixas, abaixo de 100.000 (valor normal das plaquetas 150.000 a 450.000). A partir daí conseguimos entender melhor o que pode estar acontecendo com a paciente”, esclarece Dra. Aruana.
Tratamento
Para o tratamento, duas coisas são levadas em consideração: o nível das plaquetas e a idade gestacional. “Se a gestante apresentar plaquetas abaixo de 10.000 o tratamento deve ser iniciado imediatamente, em caso de plaquetas abaixo de 30.000 iniciamos o tratamento no segundo trimestre da gestação, ou quando associados a sangramentos”, analisa.
Em ambas as situações o tratamento é o mesmo, com uso de corticoides ou imunoglobulina. “Manter o acompanhamento e seguir o tratamento à risca é fundamental para evitar qualquer risco, tanto durante a gravidez como no parto”, afirma a médica.
Trombocitopenia Gestacional
Trombocitopenia gestacional (TG) é a causa mais comum de plaquetas baixas durante a gestação. Aparece principalmente no terceiro trimestre, é assintomática e geralmente a contagem de plaquetas é acima de 100.000. Ela ocorre em consequência de alterações fisiológicas da gravidez, não apresenta riscos para mãe ou feto, nem aumenta o risco de sangramento durante o parto.
Já quando a gestante apresenta plaquetas abaixo de 100 mil devem ser investigadas outras causas como: pré-eclâmpsia, síndrome HELLP, infecções, uso de medicamentos, deficiências nutricionais e a trombocitopenia autoimune (PTI).
“Vale lembrar que a quantidade de plaquetas não está relacionada com a alimentação. Ou seja, não há nenhum alimento que possa ajudar a aumentar os níveis de plaquetas, por isso, é importante o acompanhamento médico durante toda a gestação”, finaliza Dra. Aruana.