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Dr. Gustavo Mohr é médico especialista em Ortopedia, Traumatologia e Cirurgia da Mão.

Home office se tornou um dos fatores de risco para casos de LER/Dort, afirma ortopedista

Publicado em 28/02/2022 às 13:05 por Editoria Movimento Saúde

No dia Mundial de Combate à Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort), o médico especialista em Ortopedia, Traumatologia e Cirurgia da mão, Dr. Gustavo Mohr  (CRM/PR 37677 | TEOT 14236) chama a atenção para as causas da condição que tem afetado muitos trabalhadores. Uma delas, é o home office – forma de trabalho em casa. 

Os casos de LER/Dort são comuns em profissionais da indústria, comércio, alimentação, transporte e serviços, mas podem se agravar no home office – que se popularizou devido a pandemia de Covid-19 –  pela displicência na prevenção. Para o médico, as principais causas são as posturas inadequadas para realização de serviços, jornadas excessivas, más condições ergonômicas do ambiente e técnicas incorretas para realização de tarefas. “Na grande maioria das empresas as normas do NR 17 não são cumpridas à risca, e em casa, sem absolutamente nenhuma fiscalização ou ambiente estruturado e adequado, os problemas aparecem ainda mais rápido”, esclarece. 

Dr. Gustavo Mohr se refere à Norma Regulamentadora 17, que estabelece os parâmetros mínimos que as empresas devem seguir para adaptar as condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, proporcionando máximo conforto, segurança e desempenho. 

O médico esclarece que a LER não é propriamente uma doença, mas sim um conjunto de alterações do sistema musculoesquelético, em tendões, nervos, ligamentos, ossos e articulações, causadas por essas sobrecargas mecânicas.  

CARACTERÍSTICAS

Algumas das principais características da LER/Dort são: indução por fadiga (trabalho realizado em posição fixa ou movimentos repetitivos, principalmente de membros superiores); quadro clínico variado (queixas de dor, formigamento, dormência, choque, peso e fadiga precoce); quadros de tendinite, tenossinovite, sinovite, peritendinite e outros. 

Elas surgem quando há uma predisposição do próprio corpo, somada a fatores organizacionais como más condições de trabalho, postura inadequada, desrespeito aos limites corporais e outros. “Os distúrbios osteomusculares mais comuns são as tendinites (no ombro, cotovelo e punho), as lombalgias (na região lombar) e as mialgias (dores musculares) em diversas partes do corpo”, informa Dr. Gustavo Mohr.

É importante analisar os vários fatores de riscos envolvidos direta ou indiretamente no desenvolvimento do LER/Dort, que não são necessariamente as causas, mas o caminho para chegar a um diagnóstico mais completo. “Por exemplo, fatores organizacionais como carga de trabalho e pausas para descanso podem controlar fatores de risco quanto à frequência e à intensidade da condição do paciente”.

COMO EVITAR A LER/DORT

Além dos fatores que já foram citados aqui, o ortopedista ressalta que não basta tratar a consequência do que aconteceu, mas analisar os fatores de risco e como prevenir que uma nova lesão aconteça. 

Ações que podem evitar:

• Adequação ergonômica do ambiente às atividades;
• Alongamentos e aquecimentos das regiões afetadas ao longo do dia;
• Cuidar da postura;
• Fazer pausas durante as atividades;
• Praticar exercícios físicos e de fortalecimento muscular;
• Intercalar diferentes atividades;
• Utilização correta dos equipamentos de proteção individual;
• Mudança nos procedimentos operacionais;
• Ajuste no ritmo de trabalho, redução da jornada ou das horas extras;
• Treinamentos constantes sobre os fatores de risco.

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