Sábado, 23 de novembro de 2024 Login
Um agente da área de saúde do Alasca, nos Estados Unidos, teve uma séria reação alérgica após receber a vacina contra a covid-19 da Pfizer na terça-feira (16). O trabalhador foi encaminhado ao hospital e permaneceu lá até, pelo menos, a manhã desta quarta-feira (16).
Segundo o The New York Times, as autoridades do governo dos Estados Unidos estariam correndo atrás de uma compreensão sobre o caso do agente de saúde. O infectado não tinha histórico de alergia a medicamentos e ainda não está claro se ele sofria de outros tipos de alergia.
A reação do agente do Alasca foi considerada muito parecida com reações anafiláticas que dois profissionais de saúde na Grã-Bretanha sofreram após tomarem a vacina Pfizer-BioNTech na semana passada, mas ambos estão bem pois já se recuperaram.
Segundo o The New York Times, representantes da Pfizer não comentaram sobre o caso nos EUA.
Funcionários da Pfizer informaram ainda, na semana passada, que os dois britânicos que tiveram a reação tinham histórico de alergias graves.
Duas pessoas que receberam a vacina da Pfizer no Reino Unido desenvolveram uma reação alérgica grave ao imunizante, de acordo com informações divulgadas pelas autoridades britânicas. Os órgãos reguladores investigam o caso e decidiram restringir a aplicação das doses em pessoas com históricos de reações igualmente graves. O Estadão separou respostas para as perguntas mais comuns que surgiram sobre a notícia. Veja a seguir:
O Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra (NHS, em inglês) confirmou que dois profissionais de saúde sofreram uma reação após receberem a primeira das duas doses da vacina. Pouco depois de serem imunizados, eles sofreram uma "reação anafilática", mas se recuperaram bem. Logo após os sintomas, receberam o tratamento adequado, de acordo com as autoridades sanitárias.
Qual foi a medida adotada pelo Reino Unido após a reação alérgica desses profissionais?
Órgãos reguladores do país passaram a adotar medidas que restringem a aplicação da vacina em pessoas com um "histórico significativo" de reações alérgicas. A recomendação deve durar enquanto autoridades locais investigam dois casos de reação alérgica ocorridos no primeiro dia de vacinação em massa no país.
O que pode ter causado a reação alérgica à vacina da Pfizer?
As causas ainda estão sob investigação. Mas é cogitado que a reação alérgica na vacina da Pfizer pode ter sido causada por um componente do imunizante chamado polietilenoglicol (PEG), que auxilia na estabilização da dose e não está presente em outros tipos de vacina.
Os órgãos têm destacado que a reação pode ocorrer em pessoas com reações alérgicas graves. As autoridades chegaram a falar que isso poderia ser desencadeado em pessoas com histórico de intolerância alimentar, mas a informação foi retificada para ressaltar que o mais provável é que a reação aconteça em pacientes com histórico anterior semelhante à anafilaxia, reação alérgica grave e de rápida progressão que pode provocar a morte. Mas os efeitos específicos ainda estão sendo analisados.
Sim. Uma autoridade dos Estados Unidos disse nesta quarta-feira que americanos com reações alérgicas severas poderão não estar aptos a receberem a vacina da Pfizer. "A expectativa é que pessoas com alergia severa não devem tomar a vacina até entendermos exatamente o que aconteceu", disse Moncef Slaoui, conselheiro-chefe do país nos esforços para o desenvolvimento e distribuição da vacina contra a covid-19. O Ministério da Saúde do Canadá disse também estar acompanhando o caso.
A agência regulatória da União Europeia informou que poderá usar dados de outros países para avaliar a segurança do imunizante da Pfizer antes de tomar uma decisão no processo de aprovação do imunizante.
O professor Stephen Evans, da London School of Hygiene & Tropical Medicine, disse, de acordo com o divulgado pelo jornal americano The Washigton Post, que reações alérgicas ocorrem com um bom número de vacinas, "e mais frequentemente com medicamentos". "Então, não é algo inesperado", apontou. "O que seria sensato é que todos que tenham uma reação alérgica conhecida, como aqueles que precisam andar com uma EpiPen (Adrenalina auto injetável), que adiem a vacinação até que a razão dos episódios sejam esclarecidas", disse Evans.
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, entende a decisão do Reino Unido como uma medida de precaução. Segundo ela, a preocupação se dá, principalmente, em razão do momento em que o mundo vive diante de uma vacina contra o novo coronavírus. "Estamos em um momento vivendo a chegada de uma vacina nova, por isso, toda precaução para proteger não só a população, mas também a vacina, é necessária. Neste momento, todo cuidado deve ser feito para garantir a segurança e a confiança da população na vacina."
Isabella pontua que toda vacina tem entre as suas contraindicações histórico de anafilaxia para determinado componente. "A vacina da febre amarela é contraindicada para pessoas que têm histórico de anafilaxia ao ovo da galinha, por exemplo.
É uma reação alérgica grave e de rápida progressão que pode provocar a morte. Contra esses efeitos, algumas pessoas que precisam carregar consigo adrenalina autoinjetável, recomendada para controlar casos em que a crise alérgica evolui de forma rápida e aguda. A adrenalina autoinjetável parece uma caneta de insulina que o paciente pode aplicar em situações de emergência em que se expôs inadvertidamente.
"Quem tem alergia grave a picada de um inseto ou a algum alimento, por exemplo, tem risco de anafilaxia. No exterior, é muito comum pessoas com esse tipo de alergia carregarem aplicador na bolsa para casos de emergência e dificuldade de chegar a tempo a um serviço médico", afirma Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).