Sábado, 23 de novembro de 2024 Login
Na Saúde a situação não é muito diferente, e as baixas já causaram a suspensão no atendimento de quatro postos de saúde
Foto: PMU
O Centro de Operações de Enfrentamento à Covid-19 (COE Municipal) reuniu-se nesta quinta-feira, 3, no anfiteatro da Prefeitura, para apresentar números recentes da pandemia em Umuarama. A reunião teve a presença do presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama (Aciu), Orlando Santos, membros da diretoria, representantes do comércio e dos feirantes.
A secretária municipal de Saúde e presidente do COE, Cecília Cividini, explicou aos convidados o funcionamento do órgão, formado por médicos especialistas, representantes dos hospitais, do Ministério Público, da 12ª Regional de Saúde e do governo municipal, que orienta o Executivo na tomada de decisões para o enfrentamento da pandemia, com a participação também da Procuradoria-Geral do município.
Cecília atualizou os dados, informando que hoje o maior grupo de infectados em Umuarama tem de 20 a 59 anos. O setor com mais resultados positivos é o comércio (vendedores), seguido pelos profissionais de saúde e em menor escala trabalhadores de setores administrativos e empresários/ empreendedores. Umuarama tem hoje 34 óbitos confirmados, dos quais apenas oito não tinham comorbidades. Já a área da 12ª RS (21 municípios) tem 77 mortes por Covid-19.
Na última semana foram realizados 918 exames em Umuarama. Diariamente, pelo menos três pacientes positivos são transportados pelo município para hospitais de outras regiões – em alguns dias foram até oito pacientes – e devido à falta de leitos algumas pessoas esperam vagas por até 24h em macas no Pronto Atendimento. O Ambulatório de Síndromes Gripais fez 1.355 atendimentos entre 26/11 e 2/12, dos quais 20 pacientes foram encaminhados para internamento.
Servidores dos PA 24h e do ambulatório explicaram a situação atual e a dificuldade com a falta de funcionários, afastados por conta de contaminação. Representantes dos hospitais que possuem ala Covid também relataram a falta de enfermeiros, técnicos em enfermagem e médicos, afastados após testarem positivo ou por suspeita, e também o desafio de trabalhar com ocupação total de leitos de UTI e enfermaria. Hoje, cerca de 40 profissionais estão de atestado nos hospitais.
Na Secretaria de Saúde a situação não é muito diferente. O diretor de Atenção Primária, Elizeu Ampessan, disse que as baixas já causaram a suspensão no atendimento de quatro postos de saúde. A média diária de consultas que era de 800, antes da pandemia, subiu para mais de 1 mil durante a epidemia de dengue e manteve-se alta com a Covid-19. “Hoje estamos atendendo cerca de 1.150 pacientes por dia, fora os atendimentos do ambulatório. Dos 380 servidores das 25 UBS, apenas em novembro 30 positivaram e no total cerca de 60 estão afastados do serviço, também por suspeita ou pertencer a grupos de risco. Os fechamentos visam organizar o atendimento com os funcionários que restam para garantir atenção ao usuário e mais segurança para todos”, resumiu.
O presidente da Aciu entregou ao COE um ofício com pedidos dos comerciantes para flexibilizar horários determinados no último decreto municipal e atenção a alguns setores que teriam sido mais penalizados. As sugestões foram acolhidas e serão estudadas pela câmara técnica do COE para embasar novas orientações ao Executivo. “A situação é crítica e precisamos da colaboração de todos, do comércio, do setor de serviços e especialmente da população, tomando as medidas preventivas. O número de casos ainda está muito alto e a superlotação dos hospitais agrava ainda mais o quadro”, finalizou Cecília Cividini.
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