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Foto: Obemdito

Lúpus, a doença desconhecida que afeta 200 mil brasileiros

Publicado em 30/10/2017 às 11:08

Lupus é uma doença autoimune, ou seja, provoca alterações no sistema de defesa do organismo. É desconhecida da maioria das pessoas, mas afeta cerca de 5 milhões de pessoas no mundo, 200 mil só no Brasil. As mulheres são suas maiores vítimas.

Considerada grave, se não for tratada corretamente, pode comprometer órgãos e sistemas vitais e levar à morte.

A reumatologista Dra. Márcia Marques (CRM 21246 RQE 2799) explica que os sintomas variam de acordo com a região onde o lúpus se manifesta.

- Lúpus discoide ou cutâneo. É identificado a partir do surgimento de lesões cutâneas. O Lúpus cutâneo pode ser restrito a pele ou fazer parte do lúpus sistêmico.

- Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), quando um ou mais órgãos internos são acometidos. Os sintomas variam de acordo com o local atingido: cérebro, rins, coração, pulmões, articulações e até ao sangue.

- Lúpus Induzido por Drogas, que surge após a administração de alguns tipos de medicamentos usados para controlar convulsões e também para pressão alta. Pode haver comprometimento cutâneo e de outros órgãos – em geral há melhora com a retirada do medicamento que desencadeou o quadro.

“É uma doença com características genéticas, mais comum em grupos de indivíduos que têm na família pessoas com doenças autoimunes. Além da predisposição genética, geralmente ocorre um gatilho para que a doença se manifeste, como infeções virais, por exemplo”, diz a médica. Outro fator que pode desencadear ou piorar a doença é o estresse.

O sol é um perigo para quem tem lúpus. “ A luz solar pode tanto desencadear a doença como agravá-la. Independente do tipo, quem tem lúpus precisa se proteger da exposição solar”, recomenda a reumatologista.

SINTOMAS

Na maioria dos pacientes, os primeiros sintomas podem ser cansaço, fadiga e, em alguns casos, febre.

No caso do lúpus cutâneo, que é o mais comum, os principais sintomas são: queda de cabelo, lesões na pele, manchas avermelhadas no rosto em formato de asa de borboleta, são sintomas comuns.

Quando o lúpus é sistêmico pode levar a falência do órgão afetado.

“Quando os pulmões são afetados, por exemplo, o lúpus pode levar a um derrame pleural, que é o acúmulo de líquido na cavidade torácica. Se afetar o coração, pode levar a um derrame do pericárdio, que é a capa que reveste o coração. Nos rins, pode provocar a falência renal e o paciente necessitar de um transplante, como ocorreu com a cantora Selena Gomes”, comentou a médica.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Infelizmente o lúpus não tem cura e é uma doença de difícil diagnóstico.

O diagnóstico se baseia no exame clínico combinado com exames laboratoriais. “O exame laboratorial por si só não dá o diagnóstico do lúpus. O exame clínico, análise do conjunto de sintomas e o histórico do paciente são determinantes”, destaca a especialista.

No tratamento convencional, são administrados medicamentos que diminuem a imunidade. “O tratamento é individual e específico para cada caso. Baixando a imunidade, os sintomas diminuem”, afirma.

O acompanhamento médico é fundamental. Ao administrar medicamentos para baixar a imunidade, o paciente pode ficar suscetível a outras doenças. “Em muitos casos, algumas vacinas como forma de prevenir doenças oportunistas”, disse.

Contudo, não são todas as vacinas que o doente de lúpus pode tomar durante o tratamento imunossupressor. Vacinas com vírus ativos, como a da febre amarela, por exemplo, não são recomendadas.

 

Dra. Marcia Marques

CRM 21246 RQE 2799

Reumatologista

Membro Titular da Sociedade Brasileira de Reumatologia

Formação:

• Reumatologista pela Universidade Federal do Paraná

• Especialista em Densitometria Óssea pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem

• Clínica Médica pela Universidade Estadual de Maringá

• Graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Maringá

 

 

 

 

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