O crescente aumento dos casos de hipertensão em adultos jovens brasileiros está preocupando as autoridades médicas e o Governo Federal. Segundo dados do estudo VIGITEL, do Ministério da Saúde, o diagnóstico de hipertensão arterial aumentou 14,2% no Brasil nos últimos dez anos.
A pesquisa aponta a obesidade, que teve um crescimento de 60% neste mesmo período (de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016), como um dos principais fatores responsáveis pelo índice observado não somente pela hipertensão, que agora atinge 25,7% da população, mas também no diabetes. A prevalência da obesidade no país duplica a partir dos 25 anos.
Outro fator que tem contribuído para esse aumento é o baixo nível de escolaridade dos adultos jovens no Brasil. Com a falta de informação adequada ao público-alvo, a adesão ao tratamento fica bem abaixo do esperado.
“O profissional brasileiro tem desempenhado um trabalho cada vez mais sedentário, combinado à alimentação industrializada e ao tabagismo. A hipertensão também tem sido mais incidente entre os 20 e 44 anos, e que a rotina atribulada desse público leva à demora pela busca do diagnóstico, contribuindo para o aumento do risco cardiovascular”, diz o cardiologista Jairo Lins Borges, do Departamento de Cardiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Ainda de acordo com o estudo, a comparação com o alcance do alvo de tratamento em 30 dias, o risco de AVC e de morte aumentou 2% cada um, mostrando que quanto mais os pacientes demorarem a controlar a pressão arterial, maior o risco de complicações cardiovasculares.
Hipertensão afeta um a cada quatro adultos no país
Trinta e quatro mortes por hora, com 829 de falecimentos por dia e mais de 302 mil óbitos no ano de 2017. Esse é o retrato das doenças cardiovasculares no Brasil, que têm como principal fator de risco a hipertensão arterial, que afeta pelo menos um a cada quatro adultos no país, segundo dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
A Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE (POF 2008-2009) aponta que o brasileiro consome mais que o dobro (quase 12g) da quantidade recomendada de sódio (5g) pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Embora 90% dos homens e 70% das mulheres consumam mais sal do que o máximo recomendado, 85,1% dos brasileiros adultos consideram o seu consumo de sal adequado.
Conscientização dos pacientes
Uma das ações que podem ser realizadas pelos médicos na hora da consulta médica é indicar a leitura do Guia Popular para a População Brasileira, publicação do Ministério da Saúde, que traz recomendações importantes para evitar as doenças cardiovasculares e ter uma vida mais saudável.
Outra dica muito útil é avisar que os pacientes também têm acesso às práticas corporais e atividades físicas em espaços como os Polos de Academia da Saúde, com atuação de profissionais de Educação Física, por meio de práticas da Medicina Tradicional Chinesa, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia.
Autor: Úrsula Neves - Jornalista carioca. Diretora executiva do Digitais do Marketing, colunista de cultura e maternidade dos sites Cabine Cultural e Feminino e Além, respectivamente.
Publicado no site PROMED
Revisado pelos Editores do Movimento Saúde