Quinta-feira, 21 de novembro de 2024 Login
O dia 14 de março marca o início da semana dedicada à Prevenção e Tratamento da Incontinência Urinária, "um problema que, além do constrangimento, pode ser sinal de doenças graves", alerta o médico urologista, Dr. André Garcia (CRM/PR 25.770 / RQE 20.247). Em entrevista, o especialista fala de alguns fatores que podem levar ao escape de urina e consequências de não tratar.
De acordo com o Sociedade Brasileira de Urologia SBU), cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil sofrem com incontinência urinária. As mulheres são as que mais sofrem com escapes da urina, principalmente após os 40 anos, com a chegada da menopausa, atingindo aproximadamente 45% delas. A incontinência urinária afeta também 15% dos homens na mesma faixa etária. A SBU aponta que boa parte desses pacientes não procuram ajuda médica por vergonha, de forma que a falta de informação é fator agravante deste cenário.
Mulheres demoram a pedir ajuda
Segundo o Dr. André Garcia, muitas mulheres relacionam a incontinência a problemas relacionados à idade ou fase da vida. “As mulheres costumam demorar um pouco mais para procurar ajuda, por considerarem os sintomas normais da idade, maternidade ou pós parto, o que também pode ocorrer. Contudo, se o problema persistir, é necessário ser investigado e tratado o quanto antes”, orienta o urologista.
Os homens, que já são conhecidos pela resistência maior em passar por consultas rotineiras, no caso da incontinência não esperam muito. “Apesar de a incontinência afetar mais as mulheres, são eles que procuram o médico aos primeiros sinais”, compara o médico.
Incontinência urinária masculina
Conforme a SBU, a maioria dos casos de incontinência urinária masculina é causada pelo enfraquecimento do esfíncter e também em consequência da cirurgia para retirada de tumor na próstata, afetando de 5% 10% dos homens que realizam a cirurgia de retirada de próstata.
Dr. André explica. “A cirurgia de prostatectomia pode afetar o funcionamento do esfíncter, músculo que envolve a uretra, responsável pelo controle da urina, possibilitando a perda involuntária, que chamamos de incontinência”.
Essa perda involuntária pode ocorrer também em casos de cirurgias pélvicas, bexiga hiperativa, alterações degenerativas associadas ao envelhecimento e doenças neurológicas.
Falta de informação compromete o tratamento
A desinformação sobre o tema compromete tanto a prevenção como o tratamento. “O tratamento pode ser realizado com fisioterapia, medicamentoso ou até cirúrgico”, esclarece Dr. André. “Tirar conclusões de como lidar com o problema sem orientação médica é um risco para a saúde, além de retardar soluções que poderiam ser simples”, adverte.
Para frear as consequências da desinformação, o especialista reitera que campanhas como essa, realizada anualmente, são de suma importância, já que só o especialista pode avaliar o tratamento adequado para devolver a segurança e qualidade de vida aos pacientes que sofrem de incontinência urinária.
Foto: Hudson Fernando/divulgação
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