Domingo, 24 de novembro de 2024 Login
Homem não gosta de ir ao médico. Isso é fato. Eles só buscam os serviços de saúde em situações de maior comprometimento e, muitas vezes, tardiamente. Na avaliação do Ministério da Saúde, o menor acesso da população masculina nas Unidades Básicas de Saúde, a porta de entrada do SUS, interfere negativamente nos demais níveis de atenção à saúde, dificultando as ações que deveriam ser integradas à assistência dos demais ciclos de vida.
“Os dados mostram que os homens têm uma expectativa de vida menor quando comparados com as mulheres”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Com o intuito de ampliar o acesso dos homens aos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS), Queiroga assinou no último domingo (12) o novo texto da Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem (PNAISH).
Assistência em todos os pontos
O objetivo do governo federal é induzir que essa população tenha assistência em todos os pontos de atenção. “Os profissionais de saúde do SUS, principalmente, os médicos urologistas são grandes aliados para melhorar a saúde dos homens do nosso país”, afirmou o ministro.
De acordo com levantamento de dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), observou-se que entre 2015 e 2020, 25,3% dos atendimentos individuais realizados no âmbito da atenção primária à saúde, na faixa etária entre 20 e 59 anos, foram de usuários do sexo masculino, sendo que esse percentual varia entre 23,1% e 27,7% ao longo dos anos estudados, constatando-se que a maior parte da população adulta (20 a 59 anos) assistida pelas UBS é composta pela clientela do sexo feminino (74,73%).
As mudanças na PNAISH buscam também melhor adequação à Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), revista em 2017, para uma maior adesão à integralidade do cuidado e autocuidado dos homens com foco na APS e as demais Redes de Atenção à Saúde. Foram incluídos no texto cinco eixos temáticos: (i) acesso e acolhimento; (ii) prevenção de violência e acidentes; (iii) sexualidade responsável e planejamento familiar; (iv) paternidade e cuidado; e (v) doenças prevalentes na população masculina.
Ações para a saúde do homem
Em 2020, foram destinados mais de R$ 20 milhões aos estados e municípios para desenvolvimento de ações para cuidado integral à saúde do homem e prevenção do câncer de pênis no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
Também no ano passado a Pasta lançou o Cartão do Caminhoneiro, em parceria com o SEST/SENAT, além de incentivo financeiro de R$1.050.000 para realização de ações de saúde nos Pontos de Parada e Descanso (PPDs), para ampliar o acesso da população masculino à Saúde.
Ainda no âmbito da APS, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), bem como os profissionais das equipes, têm feito busca ativa da população masculina para cadastramento e acompanhamento dos homens pelas equipes de saúde. “O governo Bolsonaro investe fortemente na Atenção Primária, pois é por meio da prevenção e promoção que é possível mudar o cenário da Saúde da população brasileira”, disse o secretário de Atenção Primária à Saúde do MS, Raphael Câmara, que também participou da cerimônia de abertura do Congresso.
Melhoria esperada
A revisão da política era esperada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), parceira do Ministério da Saúde no que tange à melhoria da assistência do cuidado ao homem. “O médico urologista tem na população masculina sua atenção tanto nos agravos da próstata quanto do sistema urinário, paternidade, sexualidade, entre outros. Ter o ministro assinando a atualização da política que cuida dos homens no congresso e ainda convidando a SBU para referendar o ato, é memorável para o trabalho em conjunto que temos feito”, ressaltou o Dr. Antônio Carlos Pompeo, presidente da SBU (gestão 2020-2021).
Em 2021, foi assinado acordo de Cooperação com a instituição para realizar ações de cuidado e promoção à saúde no SUS, produção de materiais educativos, a exemplo da Campanha Novembro Azul deste ano.
Com informações do Ministério da Saúde
Fotos: Ministério da Saúde/PMU/Unipar
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