Domingo, 24 de novembro de 2024 Login
A presença de frutas, legumes, verduras, arroz, feijão e tantos outros alimentos in natura e minimamente processados é importante para uma vida saudável, com menos doenças, mais disposição e, claro, mais saúde. Entretanto, o que temos visto cada vez mais são as mudanças alimentares, que muito se devem à adoção de hábitos não saudáveis.
De um lado temos a comida de verdade, que resulta da combinação e preparo de alimentos in natura e minimamente processados, valorizando a culinária e a produção local.
Do outro, temos alimentos ultraprocessados, que possuem uma composição nutricional desbalanceada podendo incluir grandes quantidades de sal, açúcar, óleos e gorduras e substâncias de uso exclusivamente industrial que dificilmente conseguimos identificar, além de uma oferta enorme de calorias mesmo em poucas quantidades de produto.
Desse modo, conforme lembra o Guia Alimentar para a População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde, uma alimentação inadequada contribui com maiores riscos de desenvolvimento de doenças crônicas relacionadas ao consumo excessivo de calorias e à oferta desequilibrada de nutrientes na alimentação, como a hipertensão (pressão alta), doenças do coração e certos tipos de câncer. Inicialmente apresentados como doenças de pessoas com idade mais avançada, muitos desses problemas atingem agora adultos jovens e até adolescentes e crianças.
O infarto é uma das principais doenças do coração que aparecem nessa lista. De acordo com a equipe especialista no assunto do Hospital do Coração (HCor), que é formada pelas nutricionistas Aline Marcadenti, Enilda Lara e Raira Pagano e o cardiologista Erlon Oliveira de Abreu e Silva, o infarto acontece quando existe uma limitação, parcial ou completa, do fluxo de sangue nas artérias do coração, provocando a morte do músculo cardíaco.
A causa mais comum para isso é a aterosclerose, que consiste em uma inflamação provocada pela formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos nas artérias coronárias – os chamados fatores de risco cardiovascular. Os mais conhecidos são: hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagismo, obesidade e níveis elevados de colesterol e triglicerídeos.
Os especialistas explicam que o desenvolvimento dessas placas acontece de maneira gradual e, à medida que vão aumentando de tamanho, a capa que envolve o conteúdo delas vai “esticando” para acomodar o aumento do volume. Quando esse aumento ocorre de maneira acelerada, em geral quando não é feito o controle adequado dos fatores de risco cardiovascular, a capa vai ficando cada vez mais fina e o risco de ruptura aumenta. E com a ruptura, todo conteúdo ali presente entra em contato com o sangue e formam-se coágulos dentro da artéria. Esses coágulos limitam – e às vezes bloqueiam completamente - o fluxo de sangue. É quando acontece o infarto.
Os alimentos ultraprocessados costumam ser ricos em gorduras, sal, açúcar e outros aditivos que prejudicam muito a saúde do coração. No caso do infarto, além dos ultraprocessados, o consumo excessivo de gordura animal, carboidratos refinados, pães e farinhas brancas podem aumentar o risco de acúmulo de gordura nas artérias.
Por outro lado, a equipe do HCor explica que alimentos ricos em fibras, antioxidantes, vitaminas, minerais e gorduras insaturadas, que são as gorduras "boas" e que estão presentes em óleos vegetais e castanhas, podem ajudar a reduzir a inflamação e as placas de gordura nas artérias. Esses nutrientes estão presentes nos alimentos in natura, especialmente frutas, verduras, legumes, castanhas e alimentos integrais, como a aveia.
E para quem já sofreu infarto, a alimentação continua sendo uma aliada. Tanto para prevenir quanto para tratar, a regra de ouro do Guia Alimentar segue valendo: basear a alimentação diária em alimentos in natura e minimamente processados. Mas além do Guia, é importante destacar também o Manual da Alimentação Cardioprotetora Brasileira.
A publicação, elaborada pelo Ministério da Saúde e pelo HCor, tem como objetivo apoiar os profissionais de saúde na orientação alimentar de indivíduos com doenças Cardiovasculares e/ou de fatores de risco relacionados à alimentação, como excesso de peso e a obesidade, a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus tipo 2 e as dislipidemias, bem como garantir a sua adesão às orientações nutricionais. Nela, os alimentos recomendados são divididos em grupos alimentares de acordo com a proporção das cores da bandeira do Brasil.
O grupo verde deve ser consumido em maior quantidade, e inclui frutas, verduras, legumes, feijões e leites e iogurtes naturais sem gordura.
O grupo amarelo deve ser consumido com moderação, e inclui pães, batatas, farinhas, arroz, tapioca, geleia, mel e doces de frutas. Já o grupo azul deve ser consumido em menor quantidade, representado pelas carnes (vermelhas, peixe e frango), ovos, manteiga e doces caseiros, como pudim e bolos.
O grupo vermelho, não recomendado para uma alimentação saudável, é composto pelos alimentos ultraprocessados que devem ser evitados.
Imagens: divulgação
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