Sexta-feira, 22 de novembro de 2024 Login
O estudo teve como objetivo entender as mudanças que a pandemia possa ter causado na prática médica
Foto: PebMed/Divulgação
Apesar de autorizada em caráter temporário, o Conselho Federal de Medicina já anunciou a intenção de, até o final da pandemia, regulamentar a telemedicina. Será que esse será um “novo normal” no meio médico? De acordo com uma nova pesquisa realizada pela PEBMED, apesar de 39% dos médicos utilizarem a telemedicina durante o isolamento social, apenas 24% pretendem continuar utilizando quando as medidas de distanciamento forem encerradas.
Mesmo que seja um número considerável de profissionais, o uso do teleatendimento ainda parecer ser muito restrito. Entre os que adotaram a prática, 81% utilizaram para contato com pacientes próprios e 19% atenderam pacientes de serviços de telemedicina.
O estudo teve como objetivo entender as mudanças que a pandemia possa ter causado na prática médica. Dos 1.035 médicos incluídos, cerca de 60% declararam atuar na linha de frente do combate à Covid-19.
Este foi mais um estudo transversal realizado pela PEBMED durante a pandemia, por meio de questionário. A amostra de médicos foi composta por 63% de especialistas (com residência ou pós-graduação concluídas), 27% generalistas e 10% com especialização em andamento. Cerca de 55% dos participantes tinham mais de dez anos de formados. Foram excluídas pessoas não médicas.
O grupo foi bem heterogêneo, com maior representação de pessoas sem especialidade e de especialistas das áreas de pediatria, medicina de família e comunidade, clínica médica e ginecologia e obstetrícia, correspondendo ao perfil do médico brasileiro.
A maioria trabalhava em ambulatório/consultório em comparação com outros ambientes, e em serviços públicos.
Telemedicina durante a pandemia
Os médicos que utilizaram a telemedicina neste período, deram uma nota média de 3,46 para a experiência, em uma escala de 1 a 5, sendo 1 muito ruim e 5 muito boa. Com relação àqueles que não usaram, a média foi de 2,38, uma diferença significativamente estatística (T = – 16.0, p < 0.001, IC 95%), o que sugere experiências prévias negativas ou algum tipo de preconceito com o formato.
Entre aqueles que adotaram a prática, os resultados apontaram uma relação com o ambiente de trabalho: médicos de consultório, de unidade básica de saúde e de enfermaria tiveram mais experiências de teleatendimento que os demais.
Em relação ao financeiro, apenas 10% tiraram do novo modelo de atendimento mais de 50% dos ganhos mensais; para 77%, os teleatendimentos representaram até 20% dos rendimentos.
Ao todo, 37% não usaram nem pretendem usar a telemedicina, 21% não usaram, mas pretendem usar e 17% viram apenas como algo temporário.
Entre as limitações mais importantes, podemos citar o viés de um método único, recebendo as respostas por uma mesma ferramenta.
Os dados demonstraram que são necessários estudos mais aprofundados sobre o assunto, como entender as razões de querer ou não a adoção da telemedicina e suas vantagens e desvantagens para o médico que a utilizou o que pode gerar insumos para novas pesquisas.
Fonte: PEBMED
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