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O novo método diagnóstico poderá ajudar em tratamento precoce e redução de morte por câncer de mama

Foto: Alexandre Lage - CCS/CAPES

Exame de sangue poderá detectar Câncer de Mama

Publicado em 15/02/2021 às 14:52

O câncer de mama pode vir a ser detectado pelo sangue, em um processo denominado biópsia líquida. Uma bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) trabalha com a mesma linha de pesquisa desde 2012 para concretizar o uso da tecnologia em hospitais, possibilitando diagnósticos mais rápidos e em um processo menos invasivo.

No lugar do tradicional método, coleta-se um tubo de sangue das pacientes. O material passa por uma centrífuga, que separa as suas partes, e um citômetro de fluxo, que as conta e classifica. Nisso, é possível identificar a presença ou ausência de células tumorais, bem como diferenciar o câncer de mama de um tumor benigno.

“Além de ser mais simples, esse método permite acompanhar a paciente ao longo do tempo. É possível verificar em diversos momentos, em tempo real, se a terapia está sendo eficaz, se o diagnóstico realmente é câncer de mama. E também se está respondendo à quimioterapia”, conta Alinne Tatiane Faria Silva, bolsista de doutorado pela CAPES no Programa de Pós-Graduação de Genética e Bioquímica da UFU. 

Alinne Tatiane Faria Silva, bolsista de doutorado pela CAPES no Programa de Pós-Graduação de Genética e Bioquímica da UFU

O novo tipo de diagnóstico poderá ajudar em tratamento precoce. “A mortalidade do câncer de mama se dá, principalmente, em decorrência de metástase. Caso consigamos detectar precocemente a presença dessas células na corrente sanguínea e tratar previamente, diminuirá tanto a morbidade quanto a mortalidade dessas pacientes”, afirma.

A doutoranda é orientada por Yara Cristina de Paiva Maia, coordenadora do PPG em Ciências da Saúde da UFU, que a supervisiona desde 2012. Professora do Departamento de Medicina da instituição mineira, Yara Cristina destaca o “espírito investigativo” da estudante. E emenda: “Nosso maior objetivo é fazer a diferença na vida das mulheres que sofrem dessa doença e também ajudar a comunidade médica.”

Yara Cristina de Paiva Maia é coordenadora do PPG em Ciências da Saúde da UFU, e  supervisiona a bolsista desde 2012

O projeto ocorre no Laboratório de Nanobiotecnologia de UFU, sob a coordenação do pesquisador Luiz Ricardo Goulart Filho, do Instituto de Biotecnologia da Universidade.

 

Conheça os exames de sangue que podem detectar o câncer

De acordo com o Oncocentro de Curitiba, para identificar o câncer podem ser solicitados pelo médico a realização da dosagem de marcadores tumorais, que são substâncias produzidas pelas células ou pelo próprio tumor, como o AFP e o PSA, que se encontram elevados no sangue na presença de determinados tipos de câncer.

E não só para detectar o câncer, a dosagem dos marcadores tumorais é importante também para avaliar o desenvolvimento do tumor e a resposta ao tratamento.

Apesar de os marcadores tumorais serem indicativos de câncer, algumas situações benignas podem levar ao seu aumento, como por exemplo apendicite, prostatite ou hiperplasia da próstata e, por isso, na maioria dos casos é necessário fazer outros exames para confirmar o diagnóstico, como ecografia ou ressonância magnética, por exemplo.

Os valores dos indicadores tumorais do exame de sangue variam de acordo com o laboratório e o sexo do paciente, sendo importante ter em consideração o valor de referência do laboratório.

8 indicadores tumorais que detectam o câncer

Alguns dos exames mais pedidos pelo médico para identificar o câncer são:

• 1 - AFP

O que detecta: A alfafetoproteína (AFP) é uma proteína cuja dosagem pode ser solicitada para investigar tumores no estômago, intestino, ovários ou presença de metástases no fígado.

• 2 - MCA

O que detecta: O antígeno mucoide associado ao carcinoma (MCA) normalmente é solicitado para verificar a ocorrência de câncer da mama.

• 3 - BTA

O que detecta: O antígeno tumoral da bexiga (BTA) é utilizado para ajudar a detectar o câncer da bexiga e normalmente é dosado juntamente com o NMP22 e o CEA.

• 4 - PSA

O que detecta: O antígeno prostático (PSA) é uma proteína produzida normalmente para a próstata, porém no caso de câncer de próstata pode ter sua concentração aumentada.

• 5 - CA 125

O que detecta: O CA 125 é um marcador muito utilizado para verificar a chance e acompanhar o desenvolvimento de câncer no ovário. A dosagem desse marcador deve ser acompanhada de outros exames para que possa ser feito o diagnóstico correto.

• 6 - Calcitonina

O que detecta: A calcitonina é um hormônio produzido pela tireoide e que pode estar aumentada principalmente em pessoas com câncer da tiroide, mas também em pessoas com câncer de mama ou de pulmão, por exemplo.

• 7 - Tireoglobulina

O que detecta: A tireoglobulina normalmente está elevada no câncer de tireoide, no entanto, para diagnóstico de câncer de tireoide também devem ser dosados outros marcadores, como a calcitonina e o TSH, por exemplo, já que a tireoglobulina pode estar aumentada mesmo em pessoas que não têm a doença.

• 8 - CEA

O que detecta: O antígeno carcinoembrionário (CEA) pode ser dosado para diferentes tipos de câncer, estando normalmente elevado no câncer no intestino, afetando o cólon ou o reto.

Como confirmar o diagnóstico de câncer

No caso de suspeitar de câncer, é necessário confirmar o diagnóstico, normalmente solicitado pelo médico exames complementares de imagem, como por exemplo:

  • Ecografia: Também conhecida por ultrassonografia, que é um exame que permite detectar lesões em órgãos como fígado, pâncreas, baço, rins, próstata, mama, tireoide, útero e ovários;
  • Radiografia: É um exame realizado através de Raio X, que ajuda a identificar alterações no pulmão, na coluna e ossos;
  • Ressonância magnética: É um exame de imagem que detecta alterações em órgãos como mama, vasos sanguíneos, fígado, pâncreas, baço, rins e supra-renais.
  • Tomografia Computadorizada: É realizada quando se verificam alterações no Raio X e normalmente é solicitada para avaliar os pulmões, fígado, baço, pâncreas, articulações e faringe, por exemplo.

Na maioria dos casos, a confirmação do diagnóstico é feita através da combinação de vários exames, como observação do paciente, exame de sangue, ressonância magnética e biopsia, por exemplo.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Capes/ Centro Oncológico de Curitiba

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