Sábado, 23 de novembro de 2024 Login
Comer em companhia e compartilhar as atividades que envolvem esse ato pode contribuir para o desenvolvimento e o fortalecimento das relações entre as pessoas. A alimentação vai muito além do ato instintivo de comer para ingerir nutrientes, comer é parte da vida social e compõe a nossa cultura. Mas esse hábito de refeições compartilhadas, apesar de antigo e necessário, tem sido deixado cada vez mais de lado na correria do dia a dia, ganhando espaço apenas nas festas e confraternizações.
Segundo o Guia Alimentar Para a População Brasileira, uma publicação do Ministério da Saúde, a forma de comer – por exemplo, comer sozinho, sentado no sofá e diante da televisão ou compartilhar uma refeição, sentado à mesa com familiares ou amigos – influencia quais alimentos serão consumidos e em que quantidades.
Refeições compartilhadas feitas no ambiente da casa são momentos preciosos para cultivar e fortalecer laços entre pessoas que se gostam. Comer em companhia quando se está fora de casa, no trabalho ou na escola ajuda colegas e amigos a se conhecerem melhor e trocarem experiências. Facilita o entrosamento de grupos, aumenta o senso de pertencimento e contribui para o bom desempenho de tarefas do trabalho ou da escola.
Os seres humanos são sociais e o hábito de comer em companhia está impregnado em nossa história, assim como a divisão da responsabilidade por encontrar ou adquirir, preparar e cozinhar alimentos.
Além de comer em companhia, características do ambiente também influenciam diretamente o consumo de alimentos. Isso acontece porque os mecanismos biológicos que regulam nosso apetite são complexos, dependem de vários estímulos e levam certo tempo até sinalizarem que já comemos o suficiente. Em outras palavras, comer de forma regular, devagar e com atenção é uma boa maneira de controlar naturalmente o quanto comemos, conforme explica o Guia Alimentar.
A mastigação é um importante processo da nossa alimentação, sendo inclusive a primeira fase da digestão e fundamental para que ela ocorra de maneira satisfatória. E é justamente essa etapa a mais prejudicada, quando não estamos atentos ao momento da refeição. O Guia Alimentar lembra ainda que, quando mastigamos mais vezes os alimentos, naturalmente aumentamos nossa concentração no ato de comer e prolongamos sua duração.
É importante lembrar que degustar a comida proporciona ainda a experiência de apreciar os diferentes sabores e texturas dos alimentos e das preparações culinárias de um modo geral. Essa também é uma etapa importante e que nos permite usufruir de todo o prazer oferecido em cada colherada.
Um outro ponto que merece atenção é o consumo de alimentos ultraprocessados, que podem conter muito sal, gordura, açúcar, aditivos, entre outros ingredientes desconhecidos. É muito comum que eles sejam ingeridos em situações em que a atenção está dividida com alguma outra atividade e, muitas vezes, de maneira solitária.
E já que comer sem concentração prejudica a nossa capacidade de perceber e sentir a saciedade, imagina quando os alimentos ingeridos são ultraprocessados, disponibilizados em embalagens que incentivam o consumo excessivo. Nesse sentido, os ultraprocessados tornam o hábito de comer a qualquer hora e lugar ainda mais prejudicial à saúde.
A regularidade e a duração adequada das refeições demandam ambiente apropriado e são favorecidas pelo comer em companhia. O ambiente apropriado ajuda a aumentar a concentração no ato de comer. Quem come em companhia evita a ingestão apressada dos alimentos.
Nesse sentido, o Guia Alimentar reforça três orientações importantes quanto ao ato de comer:
Procure fazer suas refeições diárias em horários semelhantes. Evite “beliscar” nos intervalos entre as refeições. Coma sempre devagar e desfrute o que está comendo, sem se envolver em outra atividade.
Procure comer sempre em locais limpos, confortáveis e tranquilos e onde não haja estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimentos.
Sempre que possível e tomando dos os cuidados para prevenir o contágio do Coronavírus, prefira comer em companhia, com familiares, amigos ou colegas da sua convivência. E uma dica extra: compartilhar também as atividades domésticas que antecedem ou sucedem o consumo das refeições facilita a execução das tarefas e é mais uma oportunidade de estreitar laços.
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