Quinta-feira, 21 de novembro de 2024 Login
Preocupada com o que classificam de 'desinformação', a Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP) lançou a campanha "Vacina, Sim; Vírus, Não!", que tem por objetivo, incentivar a vacinação contra covid-19 em crianças.
A entidade defende que as informações que têm sido divulgadas por muitos “contraria a ciência, geram dúvidas nos pais e os deixam confusos”.
Com a campanha, que envolve a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em conjunto com demais entidades científicas e a própria Anvisa, a SPP quer passar a mensagem de que as vacinas são seguras e confiáveis. Inclusive, o Departamento Jurídico da SPP preparou documento no qual discorre sobre o dever da vacinação em crianças e adolescentes.
Nem todos aprovam a vacina em crianças
É importante lembrar, no entanto, que o número de médicos que pedem cautela na vacinação dessa faixa etária tem aumentado. Um grupo de profissionais denominado “Médicos pela vida”, reúne milhares de médicos, e apresentam estudos de casos que têm apontado efeitos nocivos da vacina em mais crianças do que tem sido divulgado. Mas a principal objeção à vacina para a faixa etária de 5 a 11 anos se dá pelo “receio do que possa acontecer a essa população”, visto que a vacina tem caráter experimental e as crianças e adolescentes possuírem, na avaliação dos profissionais, sintomas leves quando contraem o vírus ou baixa probabilidade de desenvolver formas graves da doença, o que não justificaria à exposição aos riscos.
O assunto tem dividido opiniões no mundo inteiro. Conforme reportagem publicada pelo Jornal Gazeta do Povo, vários países têm se mostrado reticentes e alguns já optaram por não indicar a imunização de crianças e adolescentes.
Na Noruega, a vacina não é indicada para todas as crianças. A ministra da Saúde daquele país alega que “(...) As crianças raramente ficam gravemente doentes, e o conhecimento ainda é limitado sobre efeitos colaterais raros ou efeitos que podem surgir em um momento distante”. A ministra alegou ainda que a vacina “será relevante para apenas um grupo de crianças”, citando crianças com doenças crônicas.
A Suécia entende que benefícios da vacinação não superam os riscos, e, portanto, não recomenda. “Com o conhecimento que temos hoje, com o baixo risco de doenças grave para as crianças, não vemos nenhum benefício claro em vacina-las”, justificou o presidente da Agência em Saúde da Suécia, Britta Bjorkholm.
No México, o subsecretário de Prevenção da Saúde, Hugo López-Gatell disse que o governo apenas segue a recomendação da OMS de otimizar a vacinação em grupos prioritários, como idosos.
O Brasil indica a vacinação de crianças de 5 a 11 anos e se baseia, segundo a Sociedade Paranaense de Pediatria, no histórico do Programa Nacional de Imunização do Brasil (PNI), instituído em 1975, que é considerado um dos melhores do mundo, além de ser totalmente gratuito. E lembra que que o Calendário Nacional de Vacinação no Brasil contempla 19 vacinas de rotina para crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas, e faz parte da Organização Mundial de Saúde.
A SPP destaca que a autonomia do médico é a regra geral, todavia, em se tratando de questões de saúde pública e principalmente versando sobre menores de 18 anos, a atenção e o cuidado devem ser redobrados.
Além da Covid
A Covid-19 tem sido o centro das atenções, mas a baixa adesão ao calendário geral de vacinação tem preocupado a SPP. “Infelizmente, o assunto é recorrente. O percentual de vacinação na população com menos de 18 anos tem estado muito abaixo do recomendado pelas autoridades sanitárias”, diz a entidade, alegando que “sob o olhar do médico é obrigatória a prescrição dos imunizantes que fazem parte do Programa Nacional de Imunização (PNI). O Código de Ética Médica segue na mesma linha, ao determinar que é um dever do médico fazer uso dos meios adequados e cientificamente comprovados para promover a saúde dos seus pacientes”.
Como parte da Campanha "Vacina, Sim; Vírus, Não!", a entidade reafirma o seu posicionamento de cuidado e proteção integral com a saúde das crianças e adolescentes e reitera ser “obrigação de todos aqueles que devem zelar pelos infantes, permitir a realização e oferecer meios de vacinação, principalmente as obrigatórias, previstas no PNI”, o que não é o caso da vacina contra covid.
Fotos: divulgação
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