Sábado, 23 de novembro de 2024 Login
Em se tratando de câncer infanto-juvenil, como qualquer doença, quanto mais cedo for diagnosticado, maiores são as chances de cura. Mas é necessário atenção aos sintomas, pois estes podem ser confundidos com doenças comuns na infância, o que pode retardar o tratamento.
RX da doença
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a cada três minutos uma criança morre no mundo, sendo a principal causa de morte entre crianças e jovens com idade de 1 a 18 anos.
O Inca - Instituto Nacional de Câncer – aponta que o número de casos novos no Brasil acompanha o de países desenvolvidos. Dados de 2020 mostram que o país registrou 8.460 casos no ano, sendo 4.310 para o sexo masculino e 4.150 para o sexo feminino.
Com relação ao número de mortes, de acordo com dados de 2019 do Atlas de Mortalidade por Câncer, naquele ano foram registrados 2.554 óbitos, sendo 1.423 para o sexo masculino e 1.131 para o sexo feminino.
O diagnóstico tardio é apontado por uma pesquisa realizada pelo Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, com dados de 1998 a 2017, revelando que 57,6% dos pacientes deram entrada com câncer em nível avançado. Apenas 8,8% chegaram com o primeiro estágio da doença, e 33,5%, com o segundo.
Prevenção – um desafio
Prevenção não é tarefa fácil em câncer na infância e adolescência. Isso porque, segundo o Inca, muito raramente uma criança pode apresentar alterações genéticas que as tornem propensas a ter um certo tipo de câncer. “Nos tumores da infância e adolescência, até o momento, não existem evidências científicas que deixem claro a associação entre a doença e os fatores ambientais. Logo, prevenção é um desafio para o futuro”, informa a entidade.
Dessa forma, é necessário que se dê “ênfase ao diagnóstico precoce e à terapêutica de qualidade”.
Ainda de acordo com dados do Instituto, atualmente, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
Covid-19
A OMS aponta que os serviços de atendimento ao câncer infantil foram gravemente interrompidos quando a pandemia de Covid -19 começou. Isso foi o que mostrou uma pesquisa com oncologistas pediátricos em 20 países das Américas, incluindo o Brasil.
Os especialistas alertam que pacientes com câncer apresentam risco aumentado de desenvolver as formas mais graves e potencialmente fatais da doença.
Tipos de câncer mais comum
As leucemias estão entre os tumores mais frequentes na infância e na adolescência, afetando os glóbulos brancos. Na sequência vem os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).
Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
Sintomas mais comuns:
• Cansaço e palidez inexplicados;
• Febre prolongada, sem causa aparente;
• Perda de peso repentina e sem explicação;
• Dores nos ossos e articulações;
• Dor de cabeça matinal, acompanhado de náuseas e vômitos;
• Ínguas ou caroços em qualquer local do corpo;
• Aumento do volume da barriga, alteração do hábito intestinal ou urinário;
• Sangramentos na pele, sem associação com traumas;
• Alteração de comportamento ou neurológica persistente.
Em 23 de novembro é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto-juvenil. Fique atento aos sinais!
Fotos: Divulgação