Sexta-feira, 22 de novembro de 2024 Login
Dra. Carla Dal Ponte apela para a consciência da população, e que cada um assuma sua parcela de responsabilidade no controle da doença
O sistema de saúde da Região de Umuarama está em colapso há uma semana e o número de mortos e doentes graves vítimas da doença do novo coronavírus – Covid-19 – aumenta na mesma proporção em que diminuem as forças e os recursos dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do enfrentamento da Pandemia.
No auge da exaustão, a médica chefe da Ala Covid-19 do Hospital Uopeccan, Dra. Carla Dal Ponte, postou um desabafo emocionante em suas redes sociais, no início da noite deste domingo (14/03), clamando por mais consciência da população, para que todos assumam sua parcela de responsabilidade no controle da doença.
“Entendam de uma vez por todas, não existe tratamento precoce para a doença, pessoas estão morrendo cada vez mais jovens, e a única maneira de você não passar por isso é não pegar a doença. Portanto, faça a sua parte... e pare de achar uma culpa!”, escreveu a médica.
Leia o desabafo de quem está além do limite de suas forças:
“Quero ver de quem vai ser a culpa!
Ala lotada, já com seis pacientes entubados em enfermaria, com mais três prováveis Iot até o final de noite, uti sem vaga, equipe sem estrutura emocional e física para continuar e dar suporte para todos, pacientes mais graves, uma fila imensa esperando leito.
Se eu tenho vontade de ir trabalhar hoje à noite? Não, não tenho. Me dá taquicardia, penso mil vezes o que nós, profissionais, vamos ter que passar trabalhando além do limite.
Estamos à base de medicação sim, e a sobrecarga e mais leitos, sem condições, é inevitável. Não temos como lutar contra isso. As mortes aumentarão com certeza. Mesmo que a gente faça o melhor e trabalhe dia e noite. Não existe equipe para tudo isso.
Agora não me venham procurar um culpado. Não somos nós profissionais, as instituições e o Estado que estão se desdobrando para atender a todos. Se você não faz a sua parte, você contribui para tudo isso acontecer.
Eu queria ter coragem de largar o barco no meio da tempestade, voltar para meu consultório, sentar no meu ar condicionado, atender meus idosos a cada uma hora, como é meu programado. Passar visita calmamente nos pacientes da clínica médica e difundir um ensinamento concreto aos residentes, como tanto eu almejava, mas o momento não me permite e não consigo ficar imparcial vendo tantas vidas passarem.
Entendam de uma vez por todas, não existe tratamento precoce para a doença, pessoas estão morrendo cada vez mais jovens, e a única maneira de você não passar por isso é não pegar a doença.
Portanto, faça a sua parte... e pare de achar uma culpa!”
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MOVIMENTO SAÚDE
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