Terça-feira, 26 de novembro de 2024 Login
Os medicamentos para tratamentos graves deveriam ser fornecidos pelo Ministério da Saúde, que não está entregando vários deles
Levando ao é da letra o ditado "prevenir é melhor do que remediar", a Secretaria de Estado da Saúde está fazendo compras emergenciais de alguns medicamentos para evitar que pacientes tenham que interromper tratamentos graves. Os medicamentos deveriam ser fornecidos pelo Ministério da Saúde, responsável pelo suprimento de 112 deles, que são comprados de forma centralizada e distribuídos para todos os estados.
Mas o Ministério não está fazendo a entrega de vários deles e, neste segundo trimestre, há risco de desabastecimento de 19 medicamentos. Para evitar o risco, o Governo do Paraná está investindo R$ 5.069.565,00 para adquirir alguns lotes. Sem isso, 12 itens já poderiam faltar nos próximos dias e outros sete, só há estoque para 15 ou 30 dias.
“Paraná e São Paulo são os únicos estados que estão tomando providências concretas, porque estamos mais organizados”, explica o diretor-geral Nestor Werner Junior. Mas a secretaria espera que o Ministério recomponha seus estoques para que os pacientes não venham a sofrer.
Dos 19 medicamentos em risco, 15 têm alternativa terapêutica prevista nos protocolos clínicos do Ministério da Saúde. Por isso, os pacientes estão sendo orientados a buscar junto ao seu médico a possibilidade de substituição.
A situação é crítica no caso de quatro medicamentos – everolimo e tacrolimo (imunossupressão nos transplantes), imunoglobulina humana (síndrome de Guillain Barré) e entecavir (hepatite B). Para estes é que a Sesa PR já iniciou o processo de compra em caráter emergencial para suprir a demanda.
A Secretaria da Saúde possui sistema de informação contendo o cadastro de todos os pacientes e acompanha, em tempo real, toda a movimentação de estoque das Farmácias das Regionais de Saúde e dos municípios, o que permite inclusive remanejar produtos, se for necessário.
Além disso, a Secretaria tem reiteradamente oficiado o Ministério da Saúde, alertando para os riscos do desabastecimento (Ofícios 203 e 656/2019); levou a situação para conhecimento da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) do Paraná, o que culminou também em documento encaminhado ao Ministro da Saúde (Ofício 9/2019); e tem discutido o tema junto ao Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), uma vez que a situação afeta todos os estados.