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Governo federal deve anunciar os índices oficiais de aumento permitido no preço dos remédios em 1º de abril.
Foto: Divulgação
Com base na inflação de fevereiro divulgada nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) estima que o índice máximo de reajuste de medicamentos neste ano ficará em 2,84%.
O governo federal deve anunciar os índices oficiais de aumento permitido no preço dos remédios em 1º de abril.
O reajuste leva em conta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cuja taxa foi de 2,84% no período de março de 2017 a fevereiro de 2018.
A regulação é válida para um universo de mais de 19 mil medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro.
“Essa é uma correção de preços que fica abaixo da inflação. O país acumula 117% de inflação desde 2005, enquanto os medicamentos tiveram 82% de reajuste no período. São 35 pontos percentuais de diferença”, diz Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma.
No ano passado, o reajuste variou entre 1,36% e 4,76%. Em 2016, o reajuste máximo autorizado foi de 12,5%. Em 2015, foi de 7,7%. Em 2014, o reajuste foi de 5,68%.
A Interfarma informa que, embora o reajuste tenha data marcada, a efetiva mudança de preços nas farmácias pode ser gradual porque distribuidores e varejo costumam aumentar os seus estoques para manterem por algumas semanas o preço antigo. “Vale lembrar que os preços são regulados e não tabelados, ou seja, o governo estabelece um valor máximo, mas a concorrência de mercado é livre para a prática de descontos", diz Britto.
3 faixas de reajuste
Os reajustes são concedidos conforme o perfil de concorrência dos produtos, seguindo a lógica de que, nas categorias com um maior número de genéricos, a concorrência é maior e, portanto, o aumento também pode ser maior. São 3 níveis diferentes de alta.
De acordo com o Ministério da Saúde, o primeiro grupo é o dos medicamentos de maior concorrência, são aqueles que possuem mais laboratórios produzindo diversas marcas ou genéricos substitutos. São, por exemplo, os medicamentos inibidores da bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, etc.) e estatinas (sinvastatinas, atorvastatina, etc.). Esses produtos aumentaram no ano passado em até 4,76%.
O segundo grupo de medicamentos são os que têm concorrência moderada, como antifúngicos sistêmicos (cetoconazol, fluconazol, etc.) e analgésicos narcóticos (tramadol, morfina, etc.). Esses medicamentos tiveram aumentos de seus preços máximos em até 3,06%.
Já o terceiro grupo é o dos medicamentos com baixa concorrência, como os corticosteroides oral puro (betametasona, dexametasona, etc.) e penicilinas injetáveis (ampicilina, amoxicilina, etc.). Os medicamentos desse grupo respondem por mais da metade do mercado de medicamentos e tiveram os menores ajustes, de no máximo 1,36%.
Fonte: G1