Quarta-feira, 27 de novembro de 2024 Login
Segundo o médico do Ambulatório do Idoso Frágil do Cisa-Amerios, Dr. Raphael João Zaupa Júnior, pós-graduado em Geriatria, o uso incorreto da medicação é um dos maiores fatores de risco para o idoso frágil. Em alguns casos, a falta ou o abuso de medicamentos pode até levar à morte.
“Um dos trabalhos que estamos realizando é relacionar, analisar e organizar o uso dos medicamentos dos pacientes. Não é raro encontrarmos idosos tomando os medicamentos de forma incorreta, na dosagem ou horários errados. O que fazemos é orientar os pacientes e familiares quanto a importância da administração correta dos medicamentos e criar uma rotina mais fácil de ser seguida”, explica o especialista.
Estudos amparados pela Sociedade Brasileira de Farmacologia demonstram que as reações adversas dos medicamentos no organismo se manifestam duas vezes mais em idosos do que nos jovens.
Mais de 60% dos idosos hospitalizados no Brasil apresentam alguma reação adversa a medicamento. Aproximadamente 42% dos pacientes com 85 anos ou mais, 30% daqueles com idade entre 75 anos e 84 anos e 18,5% das pessoas com 55 anos a 64 anos que são hospitalizadas no país apresentam reação adversa a medicamentos.
O paciente cadastrado no Ambulatório do Idoso Frágil do Cisa-Amerios, recebe uma pasta, onde estão descritos todos os exames realizados, seus resultados e a medicação prescrita, além de anotações importantes. Esses dados também ficam cadastrados no Sistema Eletrônico do Cisa-Amerios, onde todos os profissionais de saúde dos municípios consorciados podem ter acesso.
“Isso ajuda a evitar a prescrição duplicada de medicamentos por outros especialistas e também pelos médicos clínicos das Unidades de Saúde. Cada profissional de saúde que atender esse paciente terá em mãos a relação dos medicamentos que ele está fazendo uso no momento”, explica.
Segundo o médico, um dos motivos que mais causam reações adversas a medicamentos em idosos frágeis é a interação medicamentosa, ou seja, o efeito que um medicamento tem sobre o outro.
“Ao organizar essa rotina, separamos os medicamentos de acordo com o efeito que cada um deve ter no organismo. Eliminamos os medicamentos duplicados ou desnecessários, acertamos a dose e prestamos toda a orientação necessária para que os remédios surtam os efeitos esperados”, destacou.