Terça-feira, 29 de abril de 2025 Login
O acompanhamento de pacientes com diabetes exige atenção além do controle da glicose. A doença está diretamente associada a complicações cardiovasculares, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal, aumentando os riscos de incapacidades permanentes e sobrecarga ao sistema de saúde.
Dados da Federação Internacional de Diabetes apontam que, a cada sete segundos, uma pessoa morre no mundo devido a complicações causadas pela doença. No Brasil, a prevalência de diabetes alcançou 10,2% da população, cerca de 20 milhões de pessoas, segundo o Vigitel Brasil 2023. O crescimento desse índice reforça a importância de estratégias integradas de prevenção e tratamento.
Especialistas alertam que o diabetes é responsável por uma série de lesões em órgãos vitais, como coração, rins, cérebro e olhos. Um dos principais desafios está no fato de que grande parte dos casos de diabetes tipo 2 é assintomática, o que retarda o diagnóstico e inicia o tratamento em fases avançadas da doença. Estima-se que apenas 45% dos portadores desse tipo de diabetes saibam da condição.
A abordagem terapêutica vem passando por mudanças importantes, com a incorporação de novos medicamentos capazes de controlar a glicose e, ao mesmo tempo, reduzir riscos cardiovasculares e renais. Entre as opções estão os inibidores de SGLT2 e os agonistas de GLP-1, que atuam de forma mais abrangente no organismo. Algumas dessas medicações, como a dapagliflozina, já estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes diabéticos acima de 65 anos.
A preocupação com os impactos do diabetes motivou a produção de novos materiais voltados aos profissionais de saúde, como o manual “Diabetes e Doença Cardiovascular”, que será lançado no 42º Congresso de Cardiologia, no Rio de Janeiro. A publicação oferece diretrizes para avaliação clínica, identificação precoce de complicações e recomendações para o tratamento mais adequado.
O diabetes é considerado um dos maiores desafios da saúde pública mundial, não apenas pela alta incidência, mas pela complexidade do tratamento e pela baixa adesão dos pacientes. Especialistas destacam a importância de campanhas de conscientização, acesso facilitado a medicamentos e protocolos de acompanhamento contínuo para evitar o agravamento de complicações cardiovasculares, que estão entre as principais causas de morte associadas à doença.