Sexta-feira, 22 de novembro de 2024 Login
Receber o diagnóstico de câncer é difícil em qualquer situação, mas quando a notícia chega durante a gravidez abala o estado emocional da gestante.
De acordo com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), 3% dos diagnósticos de câncer de mama são realizados durante a gravidez.
Nestes casos, além da preocupação com a saúde da gestante, com relação aos efeitos do tratamento do câncer, as atenções se voltam também para o monitoramento de efeitos colaterais para o bebê.
De acordo com a oncologista Debora Gagliatto, os três primeiros meses são os mais preocupantes. “Não é indicado realizar nenhum tipo de quimioterapia no início da gestação, porque o feto ainda é muito pequeno e está se desenvolvendo. Mas a partir do segundo e terceiro trimestres já se pode fazer a quimioterapia, aliada a outros tratamentos, como cirurgia, por exemplo”, aponta. “Por mais que assuste, é importante dizer que o tratamento quimioterápico após esse período não tem risco de causar malformações, nem problemas de cognição pro bebê”, tranquiliza.
Posso amamentar?
Uma das dúvidas mais frequentes das futuras mamães é: posso amamentar? É consenso entre os médicos que os riscos são maiores e devem ser evitados. “Pacientes oncológicas que estejam fazendo tratamento quimioterápico ou radioterápico não são aconselhadas a amamentar durante esse período, por conta do risco da medicação passar pelo leite e intoxicar o bebê. Até que o ciclo de tratamento termine, a mulher deve utilizar outras alternativas para amamentar a criança, como banco de leite ou suplementos infantis”, é a orientação.
Após o tratamento
Já as pacientes que finalizaram o tratamento de câncer de mama, inclusive as que passaram por uma mastectomia unilateral (retirada de uma das mamas), podem e devem amamentar, pois não há riscos para o bebê.
“Se ela tiver alta médica, é seguro amamentar. Entretanto, há algumas considerações. A cirurgia conservadora da mama dificulta um pouco o processo, principalmente quando há radioterapia, porque normalmente, há redução na produção de leite na mama operada, o que pode tornar a amamentação um pouco mais difícil e dolorosa. Mas se a outra mama estiver preservada, não há problema”, explica a oncologista, Dra. Juliana Martins Pimenta,
O ato de amamentar é incentivado, porque pode reduzir a chance do câncer de mama voltar. Durante o período de aleitamento, as taxas dos hormônios que favorecem o desenvolvimento do câncer de mama caem, o que gera o fator protetivo.
“Mas é importante enfatizar, que a orientação é que se espere dois anos após o fim do tratamento para engravidar”, complementa a médica.
Adaptado de : drauziovarella.uol.com.br
Fotos: divulgação
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