Sexta-feira, 22 de novembro de 2024 Login
Eles são nojentos, de difícil controle e podem causar doenças. Estamos falando do caramujo africano, caracol originário do Leste da África, considerada uma das espécies mais invasoras em todo o mundo, que pode causar impactos ambientais, econômicos e de saúde pública. No Brasil, o caramujo africano já foi registrado em 23 estados, ocorrendo em diferentes ecossistemas.
No Paraná foi identificado pela primeira vez em 2000 no município de Paranaguá. Atualmente, as populações do caramujo africano podem ser encontradas em abundância em regiões de clima quente e úmido.
Em Umuarama, as chuvas persistentes trazem à tona a proliferação do molusco, e o Serviço de Vigilância em Saúde Ambiental, da Secretaria Municipal de Saúde, alerta para o problema, e orienta quanto ao manuseio correto. “Infelizmente o caramujo africano se tornou uma praga impossível de ser erradicada. Ele é exótico (ou seja, não pertence à nossa fauna) e devido às condições favoráveis do nosso clima e à falta de predadores, se prolifera com facilidade. Erradicá-lo é praticamente impossível, mas se cada um fizer a sua parte as populações podem ser controladas”, explica a coordenadora da Vigilância Ambiental, Renata Ferreira.
No entanto, alguns cuidados são necessários. Para manusear o caramujo é importante proteger as mãos com luvas ou sacos plásticos. Dessa forma se evita o contágio de doenças. “Os animais devem ser recolhidos em um saco plástico. Depois, o morador deve cavar um buraco bem fundo (enter 50 e 80 cm), jogar uma camada de cal, depositar os caramulos, jogar mais cal por cima e enterrar”, orienta Renata.
O morador também deve limpar o terreno e eliminar materiais que possam servir de abrigo, como telhas, tijolos, madeiras velhas, sobras de construção e qualquer tipo de entulho que preserve umidade. Mesmo o excesso de plantas favorece a proliferação do animal, cujo aparecimento aumenta bastante em períodos chuvosos, como agora. “Se você jogar sal, por exemplo, eliminará apenas o caramujo adulto, mas os ovos dele permanecerão viáveis e poderão se desenvolver”, alertou.
DOENÇAS
O caramujo africano pode transmitir dois tipos de vermes – o Angiostrongylus cantonensis, causador da angiostrongilíase meningoencefálica humana, que provoca fortes dores de cabeça, rigidez da nuca e distúrbios do sistema nervoso; e o Angiostrongylus costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença grave que pode resultar em morte por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal.
Os agentes de combate a endemias do município realizam o controle em espaços públicos, como o Bosque Uirapuru, porém a população é responsável por cuidar dos próprios quintais. “É o mesmo caso da dengue. Da mesma forma que devemos eliminar os criadouros do mosquito transmissor nas nossas casas, também devemos combater a proliferação do caramujo africano para evitar que nós mesmos sejamos vítimas desses animais”, completou a coordenadora Renata Ferreira.
Fotos: divulgação
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