Sexta-feira, 22 de novembro de 2024 Login
A varíola dos macacos é uma doença causada por um vírus e foi diagnosticada e identificada pela primeira vez no século passado. Apesar do nome, a doença não é transmitida de macacos para seres humanos.
O esclarecimento foi dado pela Sociedade Brasileira de Primatologia e reforça que doença tem sido transmitida entre pessoas e não por macacos.
Cientistas e setores da sociedade que defendem o Direito Animal sugerem a mudança da nomenclatura da doença. Não são poucos os registros de agressão contra primatas devido à associação com o nome da doença.
A nomenclatura ‘Varíola dos Macacos’ tem origem na descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958.
“Apesar do vírus receber a nomenclatura de varíola dos macacos, o atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. Todas as transmissões identificadas até o momento pelas agências de saúde no mundo foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas”, esclarece o comunicado da SBP, assinado por 11 instituições.
OMS estuda mudanças na nomenclatura da doença.
Em junho, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou que a entidade estuda mudanças na nomenclatura da doença.
“A OMS também está trabalhando com parceiros e especialistas de todo o mundo para mudar o nome do vírus da varíola dos macacos, seus clados e da doença que causa. Faremos anúncios sobre os novos nomes o mais rápido possível”, afirmou Adhanom à imprensa no dia 14 de junho.
No entanto, até o momento ainda não foi emitido um comunicado oficial sobre a mudança pela OMS.
Cerca de 30 pesquisadores de diversos países publicaram uma carta à comunidade científica global com um pedido urgente de alteração do nome do vírus causador da doença.
“Embora a origem do novo surto global de MPXV ainda seja desconhecida, há evidências crescentes de que o cenário mais provável é que a transmissão humana entre continentes esteja em andamento por mais tempo do que se pensava anteriormente”, afirma o conjunto de especialistas, que inclui o virologista brasileiro Tulio de Oliveira.
Na descrição da doença, a OMS afirma que existem dois grupos (clados) de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).
O grupo de especialistas afirma que a narrativa contribui para vincular o atual surto que atinge múltiplos países à África.
“No contexto do atual surto global, a referência contínua e a nomenclatura deste vírus sendo africano não é apenas imprecisa, mas também discriminatória e estigmatizante”, afirmam os cientistas.
Como alternativa, os cientistas propõem a classificação de três clados principais do vírus: os clados 1, 2 e 3, nomeados por ordem de detecção, incluindo os genomas virais da África Ocidental, África Central e eventos associados ao surto atual em diferentes países.
No final de julho, o governo do estado de Nova York e a prefeitura da cidade declararam estado de emergência em saúde pública devido à doença. No dia 4 de agosto, os Estados Unidos também declararam emergência em saúde pelo surto do vírus.
O Departamento de Saúde e Higiene Mental de Nova York enviou um ofício ao diretor-geral da OMS com pedido de mudança no nome da doença. O documento, assinado pelo comissário do departamento Ashwin Vasan, afirma que o termo “Monkeypox” pode contribuir para o estigma e a discriminação de comunidades de “pessoas de cor”.
“NYC se junta a muitos especialistas em saúde pública e líderes comunitários que expressaram sua séria preocupação em continuar a usar exclusivamente o termo “monkeypox” devido ao estigma que pode gerar e à história dolorosa e racista na qual terminologia como essa está enraizada para comunidades de cor. ‘Monkeypox’ é um nome impróprio, pois o vírus não se origina em macacos e só foi classificado como tal devido a uma infecção observada em primatas de pesquisa”, diz o ofício.
Como alternativa, o documento recomenda a adoção de linguagens neutras como “hMPXV” ou “MPV”. “Precisamos de liderança da OMS para garantir consistência na nomenclatura e para reduzir a confusão para o público”, diz o texto.
Com informações de: CNN Brasil, Ministério da Saúde, Site ECO.
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