Sexta-feira, 22 de novembro de 2024 Login
A Doença de Chagas continua sendo uma importante causa de morte no Brasil, com uma média de 4 mil óbitos a cada ano, na última década, segundo dados do Ministério da Saúde. Devido a sua natureza silenciosa, a Organização Pan-Americana de Saúde estima que 70% dos pacientes desconhecem que têm a doença. A maioria só descobre quando tem alguma complicação, como: surgimento de nódulos, doenças digestivas ou cardíacas.
Nos últimos anos aumentaram os casos diagnosticados em todo o mundo entre viajantes e turistas que estiveram na América Latina, especialmente em países como México, Peru, Argentina, Bolívia. As áreas mais endêmicas estão no Chaco, na Bolívia e na Argentina, além de determinadas localidades do México. No Brasil, a região da Amazônia concentra a maioria dos casos.
FIQUE SABENDO?
A Doença de Chagas tem cura e o tratamento é gratuito e muito simples quando a doença é diagnosticada no início. Quem viajou para lugares endêmicos à Doença de Chagas, pode procurar um laboratório de análises clínicas e solicitar o Diagnóstico Sorológico para Doença de Chagas.
Doadores de sangue fazem o exame gratuitamente a cada doação. Cerca de 0,2% dos diagnósticos de Doença de Chagas no mundo são feitos através da doação de sangue.
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SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA DE CHAGAS
O que é?
A doença de Chagas foi descoberta em 1909 pelo pesquisador brasileiro Carlos Chagas. Ela resulta da infecção pelo protozoário Trypanosoma cruzi, tendo como vetor diversas espécies do inseto Triatoma, conhecidos barbeiros, chupões ou chupanças. A doença é endêmica na América Latina e se enquadra no rol das doenças tropicais negligenciadas.
A doença de chagas é uma inflamação causada por um parasita encontrada nas fezes do barbeiro, inseto bastante comum em países da América do Sul, América Central e México. No Brasil a ocorrência dela pode ser observada em diferentes Estados, em especial na região da Amazônia, centro oeste e minas gerais. A boa notícia é que a doença por aqui está controlada. Devido a sistematização das ações de controle químico a transmissão da doença de Chagas não se dá mais por contato direto com o parasita, mas principalmente por contato indireto, ou seja, ingestão de alimentos contaminados com as fezes do parasita.
Causas
Transmitida pelo Trypanosoma cruzi, um parasita que pode ser encontrado nas fezes de alguns insetos, principalmente o barbeiro. A contração da doença também pode acontecer devido à ingestão de alimentos, transfusões de sangue ou de órgãos que estejam contaminados com o parasita, do contato com o inseto ou com outros animais que possam estar infectados. Ela também pode ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez. A incidência da doença é mais comum em condições de extrema pobreza, em habitações como cabanas onde os transmissores podem se instalar nas paredes.
Sintomas
A doença de Chagas apresenta dois estágios: agudo e crônico. Na fase aguda a doença pode ser assintomática ou apresentar sintomas leves como febre, mal-estar, inchaço em um dos olhos, fadiga, dor de cabeça e no corpo, náusea, diarreia, vômito, aumento do fígado e baço ou surgimento de nódulos. Esses sintomas podem desaparecer sozinhos, mas se não tratados a doença pode evoluir para a fase crônica que pode durar anos para desenvolver. Na fase crônica pode haver constipação, problemas digestivos, dores abdominais, dificuldades de engolir, insuficiência cardíaca e arritmias. A doença pode ser confirmada por meio de realização de eletrocardiograma, raio-x, ecocardiograma, endoscopia e sorologia para Chagas.
Tratamento
O objetivo do tratamento é promover o alivio e redução dos sintomas causados pelo parasita responsável pela doença e se possível eliminá-lo. Na fase aguda alguns medicamentos podem ajudar a matar o parasita, já na fase crônica os medicamentos permitem apenas o controle da doença impedindo que ela progrida. A prevenção nesse caso é o melhor remédio. O Ministério da Saúde recomenda medidas de proteção individual como uso de repelentes, roupas de mangas longas e calças para a realização de atividades noturnas como pesca, caçadas ou pernoite em regiões onde é possível encontrar esses insetos. Higiene na manipulação de alimentos é primordial especialmente para aqueles consumidos in natura. Mosqueteiros e telas metálicas são boas opções para pessoas que vivem em regiões consideradas de risco.
Complicações
As complicações da doença acontecem na fase crônica. Esse processo pode levar mais de 20 anos do momento inicial da infecção até o desenvolvimento de problemas cardíacos ou digestivos. Alterações no batimento do coração como arritmias, taquicardia e insuficiência cardíaca podem levar à morte súbita. Outras complicações como o aumento do esôfago e cólon também são percebidas podendo levar à desnutrição.
Saiba mais na entrevista com o Dr. Salvador Rassi – da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Com informações do Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Cardiologia
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