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Tenho quase 40 anos e só decidi ter filhos agora. Quais os riscos?

Publicado em 02/06/2022 às 10:47 por Editoria Movimento Saúde

A pergunta é da Ângela da Costa Meira, de 39 anos, administradora de empresas e professora universitária, casada há 10 anos com o funcionário público Roberto Meira. Apesar das carreiras exigentes e da rotina puxada, o sonho de ter filhos sempre acompanhou o casal. 


“Sou de uma família grande, de uma cidadezinha aqui da região de Umuarama. Tive que estudar muito e começar a trabalhar cedo e o sonho de ter filhos foi ficando em segundo plano”, conta Ângela.
A história de Ângela e Roberto é semelhante à de muitos casais que diariamente procuram os consultórios médicos. Dados do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde mostram que ter filhos após esta idade já é uma tendência: na última década, o número de mulheres que engravidou após os 35 anos cresceu 84% no Brasil e partos de mulheres acima dos 40 anos já representam entre 2 a 5% do total do país.


“Cada vez mais, mulheres estão sendo mães pela primeira vez com idade acima dos 35 anos de e é muito importante esta dúvida da Ângela. Nesta fase é importante considerar os riscos. A gravidez tardia aumenta o risco de problemas maternos como pré-eclampsia, diabetes gestacional, pressão alta e ainda aumenta chances de má-formação fetal, parto prematuro e restrição de crescimento uterino”, explica o ginecologista e obstetra Dr. Carlos Lisboa, que responde a pergunta. 


“Com planejamento e os cuidados certos, os riscos podem ser minimizados” – reitera o médico. Segundo ele, o modo de vida e a saúde da mulher tem influência decisiva na gestação, em qualquer idade.

“NÃO BASTA PARAR DE TOMAR A PÍLULA”


Ângela não abandonou o anticoncepcional ainda. “Aconselho o casal a procurar um especialista antes mesmo de começar a tentar engravidar, fazer exames físicos, de imagem e laboratoriais é importante para que o seu médico tenha um panorama geral da saúde. Não basta parar de tomar a pílula. Muitas vezes, após anos de uso frequente de anticoncepcionais, associado à queda natural no número de óvulos da mulher, pode dificultar a fertilização natural. Em alguns casos, há a necessidade de tratamentos hormonais e até de fertilização in vitro”, diz o Dr. Carlos Lisboa.    


De acordo com o especialista, quando a mulher nessa faixa etária procura o médico somente depois que engravida, faz aumentar o risco de problemas gestacionais ou da manifestação mais agressiva de alguma doença pré-existente, que poderia ter sido controlada antes. Já para o bebê, são maiores as chances de má formação fetal, alterações cromossômicas (síndrome de Down), parto prematuro e restrição de crescimento intrauterino (o bebê nasce menor do que deveria). 


Mulheres como a Ângela correm mais risco de sofrer um aborto durante o primeiro trimestre de gestação . De acordo com o Ministério da Saúde, o risco de aborto é de 20% em mulheres com 35 anos; aos 40 anos são 40%, e aos 45, o risco chega até 80%”. 


“Toda gestação tardia é considerada de risco e por isso exige um acompanhamento mais rigoroso. O trabalho conjunto entre a gestante e o médico que a assiste é fundamental para minimizar ao máximo esses riscos, para que a mulher tenha uma gestação segura e feliz, independente da idade”, finaliza  o médico.

Sobre

Dr. Carlos Lisboa é médico ginecologista e obstetra (CRM/PR 16.265), atende na Clínica MaterClin e no Hospital Cemil em Umuarama.

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