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Sintomas de diabetes podem surgir quando doença já está em estágio avançado

Publicado em 16/11/2021 às 10:00 por Editoria Movimento Saúde

O diabetes é uma doença silenciosa, que afeta 12 milhões de pessoas no Brasil, o que coloca o país na quinta posição em números de casos. No mundo são mais de 537 milhões, número de grande relevância, que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) deve ser divulgado, e se tornar um tipo de referência para os pacientes com diabetes no Brasil.  A professora Sandra Roberta Ferreira Vívolo, coordenadora do Departamento de Epidemiologia da SBD, destaca a importância sobre a doença. “A informação sobre quantos brasileiros apresentam diabetes é de grande relevância para compreender a situação atual da nossa população, mas, acima de tudo, planejar o futuro visando prevenir o “anunciado” agravamento da situação”, disse a especialista.

Dia 14 de novembro foi comemorado o Dia Mundial do Diabetes, oportunidade para chamar atenção para os sintomas doença: cansaço, fraqueza, boca seca, muita sede e excesso de urina. E também para sinais externos. A presença de formigas no vaso sanitário, é um deles.

Especialistas alertam que muitas vezes, os sintomas só aparecem quando a doença já está m estágio avançado. Por isso, a importância de realizar exames de rotinas para diagnosticar a doença precocemente e dar início ao tratamento. 

Tipos de diabetes:

Tipo 1: causado pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que produzem a insulina. Ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos.

Principais sintomas: vontade de urinar diversas vezes; fome frequente; sede constante; perda de peso; fraqueza; fadiga; nervosismo; mudanças de humor;  náusea; vômito.

Tratamento: exige o uso de insulina por via injetável para suprir o organismo desse hormônio que deixou de ser produzido pelo pâncreas. A suspensão da medicação pode provocar a cetoacidose diabética, distúrbio metabólico que pode colocar a vida em risco.

Tipo 2: resulta da resistência à insulina e de deficiência na sua secreção. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos.

Principais sintomas: infecções frequentes; alteração visual (visão embaçada);  dificuldade na cicatrização de feridas; formigamento nos pés; furúnculos.

Tratamento: não depende da aplicação de insulina e pode ser controlado por medicamentos ministrados por via oral. A doença descompensada pode levar ao coma hiperosmolar, uma complicação grave que pode ser fatal.

Diabetes Gestacional: é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto. Sua causa exata ainda não é conhecida. 

Outros tipos: são decorrentes de defeitos genéticos associados com outras doenças ou com o uso de medicamentos. Podem ser: defeitos genéticos da função da célula beta; defeitos genéticos na ação da insulina; doenças do pâncreas (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística etc.); problemas induzidos por drogas ou produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos etc.).

A dieta alimentar equilibrada é fundamental para o controle do diabetes. A orientação de um nutricionista e o acompanhamento de psicólogos e psiquiatras podem ajudar muito a reduzir o peso e, como consequência, cria a possibilidade de usar doses menores de remédios. Atividade física é de extrema importância para reduzir o nível da glicose nos dois tipos de diabetes.

Complicações:

O tratamento correto do diabetes significa manter uma vida saudável, evitando diversas complicações que surgem em consequência do mau controle da glicemia. O prolongamento das altas taxas de açúcar no sangue pode causar sérios danos à saúde:

Retinopatia diabética: lesões que aparecem na retina do olho, podendo causar pequenos sangramentos que podem provocar a perda da acuidade visual;

Nefropatia diabética: alterações nos vasos sanguíneos dos rins fazem com que haja a perda de proteína na urina; o órgão pode reduzir sua função lentamente, porém de forma progressiva, até sua paralisação total;

Neuropatia diabética: os nervos ficam incapazes de emitir e receber as mensagens do cérebro, provocando sintomas como: formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos; dores locais e desequilíbrio; enfraquecimento muscular; pressão baixa; distúrbios digestivos; excesso de transpiração e impotência;

Pé diabético: ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para evitar complicações que podem levar à amputação do membro afetado;

Infarto do miocárdio e acidente vascular: ocorrem quando os grandes vasos sanguíneos são afetados, levando à obstrução (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose, somado à atividade física e medicamentos que possam combater a pressão alta e o aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo, são medidas imprescindíveis de segurança. A incidência deste problema é de 2 a 4 vezes maior nas pessoas com diabetes;

Infecções: o excesso de glicose pode causar danos ao sistema imunológico, aumentando o risco de contrair algum tipo de infecção. Isso ocorre porque os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate aos vírus, bactérias, etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia.

O alto índice de açúcar no sangue é propício para que fungos e bactérias se proliferem em áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pés, genitais e local de incisão cirúrgica.

Prevenção:

Histórico familiar: pacientes com história familiar de DM devem ser orientados a manter o peso normal, não fumar, controlar a pressão arterial, evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas e praticar atividade física regularmente.

Pacientes com DM: pacientes diagnosticados com DM devem ser orientados a realizar exame diário dos pés para evitar o aparecimento de lesões, manter uma alimentação saudável, utilizar os medicamentos prescritos, praticar atividades físicas, manter um bom controle da glicemia, seguindo corretamente as orientações médicas.

Pacientes com longa história de diabetes, mau controle metabólico, presença de complicações e doenças concomitantes e, especialmente, os idosos (acima 60 anos), independente do tipo de diabetes, não têm maior risco de infecção da Covid-19, mas, sim, de maior gravidade da doença.

Com informações da SBD e Ministério da Saúde 

Fotos: Shutterstock/Ministério da Saúde


 


 

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