Quarta-feira, 27 de novembro de 2024 Login
Lupus é uma doença autoimune, ou seja, provoca alterações no sistema de defesa do organismo. É desconhecida da maioria das pessoas, mas afeta cerca de 5 milhões de pessoas no mundo, 200 mil só no Brasil. As mulheres são suas maiores vítimas.
Considerada grave, se não for tratada corretamente, pode comprometer órgãos e sistemas vitais e levar à morte.
A reumatologista Dra. Márcia Marques (CRM 21246 RQE 2799) explica que os sintomas variam de acordo com a região onde o lúpus se manifesta.
- Lúpus discoide ou cutâneo. É identificado a partir do surgimento de lesões cutâneas. O Lúpus cutâneo pode ser restrito a pele ou fazer parte do lúpus sistêmico.
- Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), quando um ou mais órgãos internos são acometidos. Os sintomas variam de acordo com o local atingido: cérebro, rins, coração, pulmões, articulações e até ao sangue.
- Lúpus Induzido por Drogas, que surge após a administração de alguns tipos de medicamentos usados para controlar convulsões e também para pressão alta. Pode haver comprometimento cutâneo e de outros órgãos – em geral há melhora com a retirada do medicamento que desencadeou o quadro.
“É uma doença com características genéticas, mais comum em grupos de indivíduos que têm na família pessoas com doenças autoimunes. Além da predisposição genética, geralmente ocorre um gatilho para que a doença se manifeste, como infeções virais, por exemplo”, diz a médica. Outro fator que pode desencadear ou piorar a doença é o estresse.
O sol é um perigo para quem tem lúpus. “ A luz solar pode tanto desencadear a doença como agravá-la. Independente do tipo, quem tem lúpus precisa se proteger da exposição solar”, recomenda a reumatologista.
SINTOMAS
Na maioria dos pacientes, os primeiros sintomas podem ser cansaço, fadiga e, em alguns casos, febre.
No caso do lúpus cutâneo, que é o mais comum, os principais sintomas são: queda de cabelo, lesões na pele, manchas avermelhadas no rosto em formato de asa de borboleta, são sintomas comuns.
Quando o lúpus é sistêmico pode levar a falência do órgão afetado.
“Quando os pulmões são afetados, por exemplo, o lúpus pode levar a um derrame pleural, que é o acúmulo de líquido na cavidade torácica. Se afetar o coração, pode levar a um derrame do pericárdio, que é a capa que reveste o coração. Nos rins, pode provocar a falência renal e o paciente necessitar de um transplante, como ocorreu com a cantora Selena Gomes”, comentou a médica.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Infelizmente o lúpus não tem cura e é uma doença de difícil diagnóstico.
O diagnóstico se baseia no exame clínico combinado com exames laboratoriais. “O exame laboratorial por si só não dá o diagnóstico do lúpus. O exame clínico, análise do conjunto de sintomas e o histórico do paciente são determinantes”, destaca a especialista.
No tratamento convencional, são administrados medicamentos que diminuem a imunidade. “O tratamento é individual e específico para cada caso. Baixando a imunidade, os sintomas diminuem”, afirma.
O acompanhamento médico é fundamental. Ao administrar medicamentos para baixar a imunidade, o paciente pode ficar suscetível a outras doenças. “Em muitos casos, algumas vacinas como forma de prevenir doenças oportunistas”, disse.
Contudo, não são todas as vacinas que o doente de lúpus pode tomar durante o tratamento imunossupressor. Vacinas com vírus ativos, como a da febre amarela, por exemplo, não são recomendadas.
Dra. Marcia Marques
CRM 21246 RQE 2799
Reumatologista
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Reumatologia
Formação:
• Reumatologista pela Universidade Federal do Paraná
• Especialista em Densitometria Óssea pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem
• Clínica Médica pela Universidade Estadual de Maringá
• Graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Maringá