Um quadro aflitivo em que há tontura giratória, geralmente acompanhada de náusea e vômito. Em alguns casos, pressão ou barulho no ouvido, uma espécie de zumbido. Esses são os principais sinais de que a pessoa pode estar com labirintite, uma infecção no labirinto, o órgão responsável pelo equilíbrio, localizado dentro da orelha interna.
A doença que acomete pessoas de todas as idades, das crianças à terceira idade, pode ser desencadeada por diferentes motivos.
Para explicar essa doença, quais sintomas, prevenção e tratamento, o Blog da Saúde conversou com o neurologista do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe e vinculado à Rede Ebserh, Fábio Rafael. Confira:
Blog da Saúde: O que é labirintite?
Fábio Rafael: Labirintite significa inflamação do labirinto. (O sufixo "ite" vem do grego e na linguagem médica significa inflamação). O labirinto é um órgão localizado dentro da orelha. Ele é responsável pelas funções de equilíbrio e audição, no corpo humano. A Labirintite, é uma das várias causas de tontura. Geralmente se apresenta como tontura tipo vertigem (sensação que a cabeça ou o mundo está rodando) de forte intensidade e incapacitante. Ela normalmente é provocada por infecções virais.
Se a pessoa ficar tonta é sinal de labirintite?
Muitas vezes qualquer tipo de tontura é chamado de Labirintite. O que é um erro, afinal essa é apenas uma das causas de tontura, e uma das menos frequentes. A tontura, por sua vez, é a sensação de ilusão de movimento. Pode ser referida como vertigem, desequilíbrio, lateropulsão (dificuldade de parkinsonianos em se manterem em equilíbrio após um passo dado lateralmente), sensação de vazio na cabeça ou osciloscopia. A tontura é um sintoma comum a vários tipos de doenças. Portanto é um sintoma que precisa ser investigado para se avaliar a causa.
Quais são as causas e sintomas?
Os sintomas podem ter origem em problemas do próprio labirinto, como doença de Meniére, vertigem postural paroxística benigna, otites, labirintites, neuronites, fístulas liquóricas, doença de Cogan, entre outros. Mas também pode ser causado por alterações ou lesões de origem do sistema nervoso central, como tumores, acidentes vasculares, malformação de crânio, doenças neurodegenerativas, entre outras.
Qual é o diagnóstico?
O diagnóstico é feito por uma anamnese detalhando bem qual tipo de tontura o paciente está apresentando bem como a duração, a frequência, a intensidade, fatores que agravam ou amenizam, e sintomas associados. O histórico clínico auxilia o profissional de saúde a direcionar a investigação clínica, que muitas vezes necessita de exames complementares. Esses exames são de diferentes tipos, incluindo exames laboratoriais, de imagem (tomografia ou ressonâncias magnéticas), exames audiológicos (como audiometria), eletrofisiológicos (como o vectoeletronistagmografia), entre outros.
Qual é o tratamento?
Baseado na causa da tontura, se direciona o tratamento. Para tratar da tontura, portanto, deve-se saber a causa. O tratamento pode ser feito algumas vezes com orientações dietéticas por exemplo, medicamentos, reabilitação vestibular (um tipo especial de fisioterapia focado em equilíbrio) ou até procedimentos cirúrgicos.
Com isso é importante o sintoma tontura ser devidamente investigado para que se possa oferecer o melhor tratamento para caso, evitando se rotular qualquer tipo de tontura como Labirintite.
Por fim, os bons hábitos de saúde, como a prática regular de atividades físicas, dieta balanceada e equilibrada, visitas regulares aos profissionais de saúde, evitar o consumo de drogas ilícitas e o abuso de cafeína, ajudam a prevenir e tratar os mais comuns problemas de saúde que provocam tontura.
Fonte: Blog da Saúde