Sexta-feira, 22 de novembro de 2024 Login
Tudo começa a rodar de repente. A sensação desoladora de tontura ou de que o corpo está solto no espaço pode provocar acidentes terríveis e até fatais. Não são raros relatos de vítimas de quedas, batidas de automóvel, acidentes de trabalho ou domésticos que sentiram uma vertigem repentina.
A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é um dos tipos mais comuns de vertigem e se não for tratada a tempo pode se transformar em transtornos psicológicos graves, como síndrome do pânico e depressão.
"A VPPB também conhecida como vertigem posicional ou vertigem postural é caracterizada por breves episódios de tonturas. É uma das queixas mais frequentes otoneurológicas”, explica o médico otorrinolaringologista Lucimar Sperotto, que é membro efetivo da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
Segundo ele, ocorre devido ao deslocamento de cristais de otólitos existentes dentro do labirinto, órgão presente dentro do ouvido, composto por um conjunto de arcos semicirculares que possuem líquidos em seu interior. “A movimentação destes líquidos auxilia o cérebro a identificar os movimentos do corpo e a manter o equilíbrio. Através do labirinto o cérebro interpreta os movimentos angulares, acelerações lineares e forças gravitacionais”.
As tonturas aparecem em alguns movimentos específicos de cabeça e/ou do corpo. “Vertigens repentinas ao mudar a posição da cabeça é uma das principais queixas”, diz o médico.
SINTOMAS
A vertigem surge repentinamente. Durante e depois das crises, o paciente com VPPB tem sintomas como: confusão mental, dificuldade de concentração, dificuldade de caminhar sem ajuda e para andar no escuro.
“Não é raro o paciente desenvolver pânico, depressão, medo, sensação de incapacidade e outras restrições que afetam diretamente sua capacidade de realizar suas tarefas cotidianas”, destaca o especialista.
CAUSAS
Ficamos tontos depois de rodarmos porque os líquidos dentro do ouvido interno ainda ficam em movimento rotacional por alguns segundos. O cérebro interpreta que ainda estamos girando, dando a sensação de rotação, tontura e vertigem.
A VPPB é habitualmente atribuída à presença de cristais de cálcio no interior do canal semicircular posterior, o mais inferior dos 3 canais do labirinto e o responsável pela detecção de aceleração linear da cabeça.
“Esses cristais alteram o fluxo normal de líquido dentro do canal e o cérebro interpreta movimentos do corpo, principalmente da cabeça de forma equivocada, provocando as vertigens”, diz o médico.
Quase metade dos casos de VPPB não tem causa definida. Cerca de 20% surgem depois de traumas leves na cabeça. “Doenças como otite, enxaqueca, cirurgias na cabeça, neurite, entre outras, também podem provocar a VPPB”.
Somente um especialista pode diagnosticar corretamente a VPPB, descartando outras doenças e indicando o tratamento correto.
“A maioria dos casos de VPPB não necessitam de medicamentos para serem tratadas. No consultório, o otorrinolaringologista ensina algumas manobras ao paciente que irão reequilibrar os líquidos do labirinto, fazendo os sintomas desaparecerem”, afirma o doutor Lucimar Sperotto.
Segundo ele, o objetivo é movimentar os cristais de cálcio de forma a expulsá-los dos canais do labirinto. “São as manobras de reposicionamento otolítico e apresentam excelentes resultados, quando orientadas corretamente”, reitera.
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