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Viviane esclarece que smartphones, tablets e computadores têm um impacto fisiológico real no organismo dos usuários

Foto: Rosi Rodrigues

Vício em tecnologia pode causar distúrbios físicos e mentais

Publicado em 24/11/2017 às 18:52

A sabedoria popular alerta: tudo que é demais, faz mal. Não é diferente com as tecnologias que hoje fazem parte da vida da maioria das pessoas. Celulares, tablets, computadores, jogos eletrônicos e outros aparelhos eletrônicos tornaram-se indispensáveis no trabalho, nos estudos e até nos relacionamentos. Mas o uso exagerado dessas tecnologias pode causar problemas físicos e mentais.

A claridade dos monitores, por exemplo, pode causar insônia em adultos e crianças. Uma pesquisa realizada recentemente com 1.500 pessoas pela Fundação Nacional do Sono dos Estados Unidos, indicou que mais de dois terços dos pesquisados utilizavam aparelhos eletrônicos antes de dormir. A imensa maioria apresentou problemas relacionados ao sono.

Smartphones, tablets e computadores têm um impacto fisiológico real no organismo dos usuários.

“A pessoa não consegue relaxar, pois fica atenta às notificações. Além disso, há um fator fisiológico importante que é comprometido: a luz dos aparelhos interfere na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono”, explica a psicóloga Viviane Teixeira.

Segundo ela, transtornos como ansiedade e timidez também aparecem associados ao uso excessivo das tecnologias.

“Especialmente os adolescentes tendem a se isolar, se esconder atrás dos aplicativos de mensagens e redes sociais virtuais e abandonar o convívio social. Isso pode gerar grandes transtornos futuros, com risco de desenvolvimento de doenças mentais”, alerta a psicóloga.

Baleia Azul

O conteúdo é outro problema que preocupa. O conteúdo da internet é ilimitado e pode enviar muitos estímulos e informações que influenciam o comportamento, como sexo e violência.

A terapeuta relembra que recentemente o “desafio da baleia azul”, um jogo da internet onde os participantes tinha que cumprir uma série desafios e entre as tarefas deveriam automutilarem-se, ganhou destaque na imprensa mundial. Alguns casos terminaram e tragédia.

“Pessoas utilizam a rede para manipular jovens que se sentem solitários, sem a atenção e orientação necessária dos pais. Como conequência acabam cometendo atos extremos, inclusive contra a própria vida”, comentou.

O que fazer?

No caso de crianças e adolescentes a terapeuta recomenda disciplina. Os pais devem determinar horários e períodos específicos para o uso dos eletrônicos, isso ajuda a estabelecer limites.

“Dar um bom exemplo também é fundamental. Muitos pais vivem grudados no celular. Deixar os aparelhos de lado e fazer atividades ao ar livre, jogar jogos de tabuleiro ou qualquer programa de interação e lazer em família pode ser uma boa alternativa para sair um pouco do mundo virtual”, aconselha.

No caso de adultos, o abuso das tecnologias pode provocar depressão, ansiedade e ter reflexos diretos na vida pessoa e profissional. 

“Não são raros relatos de pacientes que chegaram a perder o emprego devido ao uso descontrolado das redes sociais. Quando o vício em tecnologia começa a afetar os relacionamentos, prejudicar a vida social, pessoal e profissional, pode ser hora de procurar ajuda especializada”, recomenda a psicóloga.

A psicoterapia é uma boa alternativa para ajudar as pessoas a se "desligarem" um pouco do mundo virtual. “Dentro da terapia trabalhamos ferramentas para ajudar a estabelecer uma relação mais saudável com as tecnologias, hoje tão presentes e necessárias no cotidiano”, explica.

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