Sábado, 23 de novembro de 2024 Login
Março foi escolhido como mês de conscientização para várias doenças. E para promover a conscientização sobre o mieloma múltiplo, tipo raro de câncer que se desenvolve na medula óssea, foi instituído o Março Borgonha. A doença não tem cura, mas tem tratamento, e, é mais comum em pessoas acima dos 60 anos.
“Apesar dos idosos serem mais propensos a desenvolver a doença, pessoas jovens também podem entrar nas estatísticas”, afirma a médica hematologista Dra. Aruana Legnani Mohr (CRM 31164 | RQE 20051), especialista em doenças do sangue. Segundo ela, no Brasil são estimados mais de 7 mil novos casos de mieloma múltiplo por ano. “Isso representa 1% de todos os tipos de câncer e 10% entre os cânceres hematológicos”.
Origem da doença
O mieloma tem origem nas células plasmáticas, um tipo de glóbulo branco. Elas sofrem uma mutação genética, se proliferam de forma desordenada e passam a produzir uma proteína no organismo, chamada proteína monoclonal. “Essa proteína causa danos como anemia, alteração nos rins, aumento dos níveis de cálcio no organismo e lesões ósseas”.
Os sintomas dependem da quantidade dessa proteína monoclonal formada. Alguns pacientes são assintomáticos, mas a maioria apresenta sintomas como dores nos ossos, fraqueza, palidez, perda de peso, insuficiência renal, fadiga e fraturas, principalmente da coluna.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença é feito com a biópsia de medula óssea. O médico então solicita exames como hemograma (para avaliar anemia), creatinina (para avaliar a função do rim) e dosagem do cálcio e eletroforese de proteínas (que a avalia a presença da proteína monoclonal). Exames de imagem como raio x, tomografias ou ressonância também são solicitados para avaliar lesões ou fraturas ósseas.
Tratamento
As opções de tratamento dependem do estágio da doença e incluem medicamentos de suporte, quimioterapia, imunoterapia, corticosteroides, radioterapia e transplante de medula óssea.
“A qualquer sinal diferente no corpo é importante procurar um médico. Sempre é bom lembrar que quanto mais cedo o câncer for diagnosticado, maior será a chance de um tratamento de sucesso, que proporciona uma vida de qualidade ao paciente”, alerta a Dra. Aruana.