Movimento Saúde

Está em pauta em todo o país a Campanha Fevereiro Roxo, com ações de conscientização sobre Lúpus, uma doença crônica, ou seja, que não tem cura, que exige tratamento pelo resto da vida e que afeta diversos órgãos, podendo deixar sequelas.

De acordo com o pneumologista Renato Ricci Kauffmann (CRM 29.341), o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) está entre os mais graves. Isso porque provoca a inflamação dos pulmões de diversas formas.

Pneumonite

O comprometimento pulmonar mais frequente em paciente de Lúpus é a pneumonite, que ocorre repentinamente, repetidas vezes, causando tosse a falta de ar. “Essa inflamação dos pulmões é diferente de uma pneumonia comum, que é causada por agentes infecciosos, como bactérias, vírus, fungos. O Lúpus não tem um agente causador”, explica o médico

Pleurite

O Lúpus pode desencadear a pleurite – inflamação da membrana que envolve os pulmões, conhecida como pleura. “A pleurite provoca falta de ar e dor ao respirar fundo”, aponta.

Doença Pulmonar Intersticial

Outra forma de comprometimento pelo LES é a inflamação dos vasos sanguíneos, localizados nos pulmões, facilitando o surgimento da doença pulmonar intersticial, que tem como sintomas a falta de ar, tosse e dor no peito. “Essa inflamação é do tipo mais persistente, e causa uma cicatrização do tecido pulmonar, impedindo a passagem do oxigênio dos pulmões para o sangue”, explica Dr. Renato.

Enfraquecimento do diafragma

O Lúpus também provoca o enfraquecimento do diafragma (músculo que auxilia na respiração), alterando essa função. “Esse músculo é de extrema importância para os movimentos respiratórios e seu enfraquecimento causa intensa falta de ar nos pacientes”, destaca o especialista.

Embolia Pulmonar

Uma das complicações pulmonares mais graves é a embolia pulmonar, causada pela presença de coágulos no pulmão (trombos), que provoca dor intensa no peito, sensação forte de falta de ar, inchaço nas pernas, fadiga, sensação de fraqueza, além de dor ou pressão no peito.

Esse quadro pode ser agravado pelo Lúpus, aumentando o risco de entupimento de artérias e veias (trombose). “O entupimento das artérias dificulta ou impede que os vasos sanguíneos irriguem os pulmões, aumentando a pressão, ou seja, aumentando o esforço feito pelo coração para bombear o sangue para os pulmões, que resultam em fortes dores no peito, dificuldade para respirar, enfim, um quadro grave, que leva a internação e muitas vezes à intubação do paciente”, esclarece Dr. Renato.

O pneumologista destaca que a tosse está presente em boa parte das complicações pulmonares, portanto, os pacientes, principalmente os portadores de Lúpus, devem ficar atentos à tosse, seguida de falta de ar e dores o peito. “Esses sinais podem indicar uma complicação grave. Procure o médico”, reforça o pneumologista.

Foto - Hudson Fernando