Quarta-feira, 4 de dezembro de 2024 Login
A enxaqueca é a segunda causa de perdas de dias de trabalho e escola, gera desconforto crônico e seu diagnóstico, e impactos causados na saúde de seus portadores é menosprezado por muitos. Além de atrapalhar diretamente o desempenho escolar, profissional e social de quem a tem, a enxaqueca é uma das dores mais intensas que alguém pode sentir.
É uma dor geralmente pulsátil (latejante), lateralizada, intensa que pode durar até 72 horas se não houver medicação. Está associada a sintomas como náuseas, sensibilidade à luz, ruídos e cheiros fortes, e piora com as atividades diárias. “Alguns pacientes também apresentam alterações visuais ou neurológicas transitórias antes do início da dor”, pondera o médico neurocirurgião, Dr. Danilo Magnani Bernardi (CRM/PR: | 20713 | RQE: 16667).
O que muitos não sabem é que a predisposição para enxaqueca é genética. Assim, o paciente se torna mais sensível a fatores ambientais que levam ao aparecimento de uma crise. Os fatores mais comuns para o aparecimento de uma crise são: estresse, distúrbios do sono, oscilação hormonal, alimentação, consumo de álcool, ansiedade, alterações climáticas. “A alimentação conta muito como fator externo. Cafeína, queijos amarelos, embutidos, condimentos, vinho tinto, cebola, alho, chocolate e outros, podem contribuir para as crises”, esclarece o especialista.
“É importante ressaltar que a enxaqueca é individualizada, tanto causas como sintomas e tratamentos, mudam de pessoa para pessoa. Por isso, é importante o acompanhamento médico”, informa.
Maior incidência em mulheres
É uma doença comum que atinge cerca de 20% da população. Desse montante, as mulheres são três vezes mais predispostas a ter enxaqueca, principalmente em idade fértil. “A predisposição feminina se dá pelo fato da oscilação do hormônio estrógeno, que ocorre no período fértil. Em alguns casos, há melhoras após a menopausa”, explica Dr. Danilo.
A enxaqueca é uma disfunção do cérebro e seus vasos, não sendo uma alteração estrutural fixa, por isso, não aparece em exames como tomografia, ressonância magnética, eletroencefalograma, exames de sangue e outros. O diagnóstico vem de acordo com o histórico do paciente e exames físicos e neurológicos.
Atenção à automedicação
Muitos portadores de enxaqueca têm o hábito da automedicação com analgésicos comuns que aliviam a dor no momento. Mas, é preciso se atentar, já que a enxaqueca é uma doença crônica e deve ser combatida com medidas de médio e longo prazos. “Os analgésicos podem cortar a dor, mas podem trazer crises mais frequentes e mais intensas”, reforça Dr. Danilo.
O uso acima de dois comprimidos por semana já é considerado abuso, e há a necessidade de intervenção médica.